quarta-feira, 31 de julho de 2019

Um estuário onde há milhares de aves é um dos sítios mais improváveis para instalar um aeroporto


A Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves só irá adoptar uma posição final sobre o Estudo de Impacte Ambiental (EIA) do futuro aeroporto do Montijo no final do mês de agosto, mas Joaquim Teodósio já vai avisando que há muitas questões que se levantam e que é preciso perceber as medidas de mitigação e de compensação previstas no estudo e avaliar se elas fazem sentido ou se são coerentes e permitem que um projeto destes seja viável.

"As medidas para reduzir o conflito entre aves e aviões terão de ser medidas de grande escala, e por isso de grande impacte ao nível dos habitats, ou seja, com potencial para implicar a haja uma destruição dos mesmos. Serão sempre medidas com potencial para serem prejudiciais para as aves", avisa Joquim Teodósio, membro da SPEA. E prossegue dizendo que medidas como as de radares de aviso parecem pouco execuíveis à associação. "Estamos a falar de bandos de aves que podem ser de 5 mil, 10 mil ou até 20 mil, que de forma imprevisível podem levantar voo de um momento para o outro".
"Outra questão que nos levanta dúvidas é o que irá acontecer em manobras de emergência, como por exemplo colisão de aves com aviões. Onde irão ser despejados os tanques de combustível", pergunta. É que, lembra o ecologista, é complicado aterrar de emergência com tanques cheios.
"Enfim parece-nos que colocar uma pista de aviões num estuário como o do rio Tejo ou instalar um aeroporto numa zona com a envolvência desta que estamos é dos sítios mais improváveis para o fazer", alerta.
Joaquim Teodósio, conclui que isto "obriga a uma série de 'ses' que acabam por tornar pouco viável uma opção como o Montijo". Há mais de 200 mil aves no estuário do Tejo, umas nidificam, outras vêm passar o inverno, é inclusive nesta altura em que há uma maior concentração, explica o ambientalista.
Joaquim Teodósio lamento o facto de a consulta pública de um assunto tão relevante como este esteja a ser feito num período tradicional de férias.
Embora o estudo reconheça que um dos maiores afectados negativamente com a construção do novo aeroporto seja a avifauna, considera que do ponto de vista do impacto global previsto ele "é, em geral, pouco significativo a moderado para a comunidade estudada. Das 260 espécies que existem na zona abrangida pela zona, 45 são protegidas. Há uma ave para quem o impacte é "muito significativo", a fuselo - Limosa lapponica - representa no entanto apenas cerca de 4% do elenco em causa, diz o EIA..

Massa de ar quente originária do norte de África dirige-se para a Gronelândia


Segundo avança a SIC Notícias, os meteorologistas dizem que pode ter um grande impacto em todo o planeta.

As temperaturas recorde dos últimos dias na Europa central e do norte podem fazer já deste mês o mais quente de sempre, desde que há registos.
A onda de calor proveniente de África dirige-se agora para a Gronelândia e, segundo dizem os meteorologistas, poderá ter um pesadíssimo impacto em todo o planeta.

Índia cumpre a promessa antes do tempo e duplica população de tigres


A Índia conta actualmente 2977 tigres, mais do dobro do número registado em 2006, cumprindo antes do previsto o objectivo fixado em 2010, de duplicar em 12 anos a população de felinos.

Com uma população de “quase três mil tigres”, a Índia transformou-se “num dos habitats mais seguros do mundo” para os felinos, afirmou o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, ao apresentar a última contagem daquela espécie no país, por ocasião do Dia Internacional do Tigre, na segunda-feira.

De acordo com o relatório do Governo, a população de felinos no país aumentou 33% desde 2014, quando o número estimado de tigres era de 2226 exemplares contra os actuais 2977.

Em relação aos dados de 2006, ano em que as autoridades indianas começaram a contabilizar, pela primeira vez, a população de tigres através de novas tecnologias e não apenas com base na localização de pegadas, o número de tigres duplicou.

A Índia cumpre assim a histórica declaração de 2010, na cimeira global do tigre, em São Petesburgo, na qual 12 países asiáticos, incluindo a Rússia e a China, se comprometeram a duplicar a população de tigres em 2022.

Actualmente, a Índia acolhe 70% da população mundial de tigres, uma espécie que também vive no Bangladesh, Vietname, Tailândia, Nepal ou Camboja.

O tigre é muito usado na medicina tradicional chinesa e o tráfico na Ásia é uma das maiores ameaças à preservação da espécie.

Os projectos mineiros, a construção de barragens ou a desflorestação para campos agrícolas são outras das ameaças para os tigres.

terça-feira, 30 de julho de 2019

Investigadores do México criam plástico biodegradável a partir de cactos.


Todos os dias, aproximadamente 8 milhões de peças de plástico contaminam os nossos oceanos. Agora pode haver cerca de 5,25 trilhões de peças macro e microplásticas flutuando no oceano. Pesando até 269.000 toneladas. Plásticos consistentemente compõem 60 a 90% de todos os detritos marinhos estudados. Noutra estimativa, mais de dezoito trilhões de libras de plástico foram produzidas até agora, e dezoito bilhões de libras de plástico fluem para o oceano a cada ano. Os plásticos põem em risco os animais marinhos e os peixes que colocamos nos nossos pratos.

Agora, investigadores da Universidade de Valle de Atemajac, em Zapopan, no México, encontraram alternativas ao plástico tradicional produzido a partir de hidrocarbonetos. Este plástico não-tóxico leva um mês para ser biodegradado no solo e uma semana em água. O projecto foi apoiado por uma bolsa de estudos para estudantes de pós-graduação concedida pelo Conselho Nacional de Ciência e Tecnologia do México. Liderada por Sandra Pascoe Ortiz, professora de engenharia química na Universidade do Vale de Atemajac, cientistas da Universidade do Vale de Atemajac, em Guadalajara, criaram com sucesso plástico biodegradável a partir do suco do cacto. Os investigadores cortam as folhas de cactos e as colocam num espremedor e criam um líquido verde brilhante. Depois de misturado com outros materiais naturais e processado, mais tarde passa por um processo que transforma o suco de cactos num plástico biodegradável.

Ao contrário de outros bio-plásticos, os investigadores disseram que o novo material se biodegrada rapidamente e começa a se decompor depois de ficar no solo por um mês e, quando deixado na água, se decompõe em questão de dias. Além disso, não é tóxico se for comido. "O cacto desta espécie contém uma grande quantidade de açúcares e gomas que favorecem a formação do biopolímero", diz Sandra Pascoe Ortiz, professora de engenharia química da Universidade do Vale de Atemajac, que lidera a pesquisa. Ela espera poder substituir a maioria dos produtos plásticos de uso único no mundo. "Espero que o plástico à base de cacto ajudará a reduzir o impacto dos resíduos sólidos no México e em todo o mundo", disse Pascoe Ortiz.

Greta vai a Nova Iorque de barco para evitar as emissões poluentes do avião


A jovem activista Greta Thunberg, conhecida por protestar junto do parlamento sueco todas as sextas-feiras para exigir medidas de combate às alterações climáticas, acabando por desencadear um movimento mundial de greve pelo clima, confirmou que vai participar numa cimeira das Nações Unidas em Nova Iorque. Mas a ambientalista não irá de avião para os Estados Unidos. Em vez disso, atravessará um Atlântico numa embarcação ecológica, evitando as emissões de gases de efeito de estufa associadas às viagens aéreas.

Depois de ter sido convidada para participar na conferência, que decorre em Setembro, Greta Thunberg esteve meses à procura de uma alternativa ao avião para viajar até Nova Iorque, como explicou à Associated Press. A opção escolhida, partilhou a jovem no Twitter, foi viajar no Malizia II, uma embarcação equipada com painéis solares e turbinas submersas que geram electricidade sem emitir dióxido de carbono.

“Ainda temos uma janela de tempo em que as coisas estão nas nossas próprias mãos. Mas essa janela está a fechar rapidamente. É por isso que decidi fazer esta viagem agora”, disse, ao New York Times, Greta Thunberg, que decidiu fazer uma pausa nos estudos para dedicar um ano à sua campanha contra as alterações climáticas.

Na viagem, Greta Thunberg vai estar acompanhada pelo pai, por um cineasta e por Pierre Casiraghi, neto do falecido rei do Mónaco, Rainer III.

segunda-feira, 29 de julho de 2019

Etiópia planta mais de 220 milhões de árvores num dia


Os etíopes plantaram esta segunda-feira mais de 220 milhões de árvores, uma iniciativa para combater a desflorestação no país e que, segundo as autoridades locais, estabelece um recorde mundial.
De acordo com a agência noticiosa Associated Press (AP), a iniciativa partiu do primeiro-ministro, Abiy Ahmed, e visa ajudar a restaurar a paisagem do país, que segundo os especialistas, está a ser rapidamente destruída pela desflorestação e pelas alterações climáticas.
A empresa estatal Fana Broadcasting Corporate anunciou que mais de 224 milhões de árvores foram plantadas hoje, o que superou a meta inicial de 200 milhões de árvores plantadas num dia.
"Hoje a Etiópia está empenhada em tentar bater o recorde mundial de um legado verde", refere o gabinete do primeiro-ministro, num comunicado citado pela agência AP. Abiy Ahmed plantou árvores na região sul do país.
A Etiópia está a realizar uma campanha de plantação de árvores, no âmbito da qual pretende plantar quatro mil milhões de árvores, entre maio e outubro.
As autoridades agrícolas afirmaram que até agora mais de 2,6 mil milhões de árvores foram plantadas em quase todo o país.
Citado pela AP, a Farm Africa, uma organização envolvida na gestão florestal na Etiópia, refere que menos de 4% das terras do país estão agora arborizadas, um declínio acentuado de cerca de 30% quando comparado com o final do século XIX.
O crescimento populacional da Etiópia, a necessidade de mais terras agrícolas, o uso insustentável da floresta e as alterações climáticas são frequentemente referidas como as causas do rápido desmatamento.
Além dos etíopes, várias organizações internacionais e a comunidade empresarial juntaram-se à plantação de árvores, que tem como objetivo ultrapassar o recorde de 66 milhões de árvores plantadas na Índia em 2017.

Arquitectos querem recongelar o Árctico e impedir subida das temperaturas


São arquitectos e investigadores e ficaram em segundo lugar num concurso internacional, organizado pela Associação de Arquitectos Siameses (ASA, na sigla inglesa, que abrange os 3000 arquitectos a trabalhar na Tailândia), com um projecto que visa recongelar o Árctico através de peças de gelo hexagonais. Re-iceberg-isation é o nome deste processo, inspirado na reflorestação de regiões tropicais e subtropicais.

Em resposta ao aumento do nível médio das águas do mar e na procura por impedir o degelo da massa polar, Faris Rajak Kotahatuhaha, Denny Lesm Ana Budi e Fiera Alifa projectaram um submarino de 15 metros de diâmetro que pode ser usado independentemente das condições meteorológicas que se fizerem sentir.

Segundo o plano dos arquitectos, o submarino flutuaria normalmente no mar, mas afundar-se-ia para recolher água. Esta, por sua vez, seria dividida em água doce e em água salgada, primeiro através de um processo de dessalinização e, posteriormente, de congelação. Depois, e dentro de um mês, seria lançada para as águas frias uma estrutura de gelo com a forma hexagonal (uma ice baby).

Repetido ao longo do tempo, e fazendo com que as peças se encaixem umas nas outras, o submarino permitiria a formação de uma grande camada de gelo.

Embora esteja ciente de que “ainda há muita campanha por fazer”, o arquitecto indonésio sublinhou que há pequenos passos que se podem ir dando, nomeadamente “através da redução das emissões de dióxido de carbono e de medidas preventivas de combate ao degelo da massa polar”.

Na verdade, o investigador crê que “a chave para manter o equilíbrio dos ecossistemas polares e um mundo mais sustentável é a colaboração de todos”.

Para já, não há planos de concretização do projecto. Para o futuro, os arquitectos deixam todas as hipóteses em aberto.

Limite do uso sustentável dos recursos naturais é atingido hoje.


Esta é a data mais recuada desde que o planeta entrou em défice ecológico no início dos anos 70.

A associação ambientalista Zero alertou que a humanidade vai atingir hoje o limite do uso sustentável de recursos naturais disponíveis para este ano, três dias mais cedo do que em 2018.
"Este ano o limite será atingido a 29 de julho, três dias mais cedo do que em 2018, em que a data foi 1 de agosto, sendo que a tendência tem sido a de adicionar o cartão de crédito ambiental cada vez mais cedo, não obstante todo o discurso político e público sobre economia circular e neutralidade carbónica", refere, em comunicado, a Zero - Associação Sistema Terrestre Sustentável.
Segundo a associação ambientalista, "todos os anos é apresentada uma estimativa sobre o dia em que a humanidade atinge o limite do uso sustentável de recursos naturais disponíveis para esse ano, ou seja, o orçamento natural, habitualmente designado como 'Overshoot Day' (Dia de Sobrecarga da Terra)" e esse dia é segunda-feira.
Em comunicado divulgado em junho, a organização internacional Global Footprint Network, que calcula esta estimativa e fornece aos decisores pesquisas e ferramentas para que a economia mundial se desenvolva dentro dos limites ecológicos da Terra, referiu que 29 de julho é a data mais recuada desde que o planeta entrou em défice ecológico no início dos anos 70.
A mesma organização indica que, nos últimos 20 anos, a data que a humanidade terá esgotado os recursos naturais que o planeta é capaz de renovar foi antecipada três meses.
A Zero refere que Portugal "é um contribuinte activo para esta situação", uma vez que, "se todos os países tivessem a mesma pegada ecológica que o nosso país, seriam necessários 2,5 planetas".
Este ano Portugal gastou os seus recursos naturais disponíveis no dia 26 de maio, 21 dias mais cedo do que no ano passado.
"Actualmente, considerando a média mundial, estamos a consumir cerca de 1,75 planetas com a nossa voracidade de produção e consumo. A sobrecarga só é possível porque estamos a esgotar o capital natural da Terra, o que põe em causa o futuro da humanidade", alerta a Zero.
Para inverter esta tendência, a associação propõe a adoção de "novas práticas", nomeadamente na alimentação e na mobilidade.
Na alimentação, a Zero defende a promoção de uma dieta alimentar "saudável e sustentável", com a "redução do consumo de proteína de origem animal e um aumento significativo do consumo hortícolas, frutas e leguminosas secas.
A associação defende, igualmente, a aposta na mobilidade sustentável, melhorando o acesso e as condições de operação dos transportes públicos e estimulando as formas de mobilidade suave.

sexta-feira, 26 de julho de 2019

Bruxelas notifica Portugal por falta de proteção de habitats


A Comissão Europeia iniciou hoje um processo da infracção a Portugal por falta de proteção de 'habitats' e espécies indígenas, tendo Lisboa um prazo de dois meses para responder às questões de Bruxelas.

Segundo a carta de notificação - a primeira etapa de um processo de infração - Portugal (bem como a Polónia e a Roménia) não assegurou "a adequada protecção de habitats e espécies indígenas com a designação de zonas de protecção da natureza", conforme previsto na legislação comunitária.

Em causa estão as directivas 92/43/CEE relativa aos 'habitats' e a 2009/147/CE relativa às aves, relativa à rede natura 2000, e ao abrigo das quais os Estados-membros deveriam ter proposto todos os sítios adequados de importância comunitária.
Bruxelas considera que Portugal não propôs todos os sítios e os que foram propostos "não abrangem de forma adequada os vários tipos de 'habitats' e espécies que necessitam de protecção".

Ir aos correios enviar uma árvore para uma floresta portuguesa


Na sexta edição da campanha dos CTT e da Quercus, um kit de 3,5 euros com um medronheiro equivale a uma árvore plantada numa zona protegida. Desde o início do projecto, já foram plantadas mais de 80 mil árvores autóctones.

Este é o ano dos medronheiros. Pelo menos na campanha da Quercus e dos CTT que te permite plantares uma árvore autóctone sem pores as mãos na terra (ainda que as acções de reflorestação precisem de voluntários).

Na sexta edição do projecto “Uma árvore pela floresta”, vão estar à venda online e nos postos de correios kits de 3,5 euros com um medronheiro. Cada um deles corresponde à plantação de uma árvore ou arbusto nativo na próxima Primavera, numa área protegida e nas matas nacionais de Portugal, nas zonas mais afectadas pelos incêndios.

A iniciativa funciona quase como um apadrinhamento e por isso é possível ainda dar um nome à árvore, através de um registo online.

Para marcar o Dia da Árvore, em Março último, esta campanha permitiu que se plantassem no Pinhal de Leiria mais 7650 árvores. No total, as acções de reflorestação ligadas a esta iniciativa já plantaram mais de 80 mil árvores em Portugal. 

"Ainda falta trabalho de preparação da floresta"


O especialista em incêndios Domingos Xavier Viegas disse que Portugal aprendeu a lição nos últimos dois anos, mas "infelizmente continua a faltar" um trabalho de preparação da floresta para ajudar os bombeiros a antecipar o fogo.

"Infelizmente continua a faltar aquele trabalho de estrutura de preparação da nossa floresta para estas realidades de criação de mais faixas de gestão de combustíveis. Mais redução de combustíveis em zonas críticas que permita aos bombeiros, em grandes incêndios como estes, terem zonas de defesa para poderem estrategicamente antecipar e pensar: 'nós temos hipóteses de travar o fogo aqui'", disse agência Lusa.

O investigador, que lidera o Centro de Estudos sobre Incêndios Florestais da Universidade de Coimbra, realçou que Portugal aprendeu nos dois últimos anos, passando a população a estar mais sensibilizada para o problema dos fogos e os meios de combate estão melhor preparados ao nível do treino, equipamento e formação.

"Não quer isto dizer que esteja tudo feito, nomeadamente quanto à população e à sua sensibilização. Há muita coisa que tem de ser feita, como a melhoria da sua prevenção e segurança", precisou, referindo que, "por enquanto, ainda não se pode comparar" os incêndios que lavram desde sábado nos distritos de Castelo de Branco e Santarém aos de 2017, em que morreram mais de 100 pessoas.

Xavier Viegas, que é também membro do Observatório Técnico Independente sobre os fogos criado pelo parlamento, frisou que não partilha da opinião de "que não se aprendeu nada com 2017". Sobre os incêndios que estão em curso nos concelhos da Sertã, Vila de Rei (Castelo Branco) e Mação (Santarém), disse que já consultou alguns mapas e estima que já arderam mais de 10 mil hectares. Xavier Viegas, que em 2017 fez dois relatórios sobre os incêndios de Pedrógão Grande e de 15 de outubro, afirmou igualmente que, com as condições de grande secura e temperaturas altas no interior do país, estão reunidas as condições para que os incêndios se propaguem.

"Apesar de estar um contingente de bombeiros e meios importante no local, não tem sido possível controlá-lo", frisou, justificando esta dificuldade com a "natureza não poder ser controlada, nem dominada". O especialista referiu que há uma "falta de capacidade" em todo lado, não é só em Portugal, "de fazer frente a incêndios que tenham propagações muito intensas e muita rápidas". Nos fogos deste fim de semana, acrescentou, há chamas com 15 a 20 metros, há projecções por todos os lados e, com "a vegetação muito seca, esses fogos secundários rapidamente dão início a novos incêndios". "Estar a meter meios de combate no meio da vegetação e no meio da floresta para fazer face a estas condições, não só é arriscado como é perder tempo", disse, acrescentando que há que respeitar prioridades, nomeadamente salvar a vidas das pessoas, e é isso que tem estado a ser feito.

Xavier Viegas afirmou também que a população fez algum trabalho de prevenção ao fazer limpezas em torno das casas e aldeias, permitindo que não tenha ainda havido "problemas mais graves", como danos pessoais e casas ardidas.

O investigador destacou ainda que as pessoas estão a ter cuidado e não se estão a fazer à estrada e as autoridades não estão a fazer evacuações massivas, retirando apenas idosos, crianças e doentes e a deixar nos locais as pessoas que têm capacidade para defender as casas. O incêndio que começou cerca das 15:00 de sábado na localidade de Fundada, Vila de Rei, e se estendeu horas depois ao concelho de Mação permanece ativo há quase 29 horas e está a ser combatido por 855 operacionais, apoiados por 262 viaturas e 15 meios aéreos. O incêndio no concelho da Sertã tem a mesma durarão e mobiliza quase 300 operacionais e dois meios aéreos.

Com calor e sem AC? Com 6,50 euros pode fazer um ar condicionado que funciona sem eletricidade


O Eco-Cooler pode ser construído com garrafas de plástico de dois litros e um bocado de cartão. Este projecto manual pode fazer com que a temperatura baixe até cinco graus.

Nos últimos anos, o verão tem sido pautado por longas vagas de calor. Com o calor a apertar, os portugueses correm as lojas à procura de ventoinhas e ares condicionados, que acabam por esgotar. Agora, o ‘El País’ avança com um projecto que está ao alcance de todos os bolsos: Eco-Cooler.
O Eco-Cooler pode ser construído com garrafas de plástico de dois litros e um bocado de cartão. Este projecto manual pode fazer com que a temperatura baixe até cinco graus. Não precisa de ligação à eletricidade, é eficiente, construída com material reciclado e 100% ecológico.
Esta invenção foi desenvolvida por Ashis Paul, o director de criação da empresa Grey Dhaka, no Bangladesh. A ideia ocorreu a Ashis Paul quando este estava a estudar a disciplina de física com a própria filha, e quando notou que quando o gás expande, este fica frio.
Este ar condicionado funciona com a técnica de refrigeração que consiste na redução do calor através de uma alteração na pressão do ar causada pela expansão do volume. “Se quiser verificá-lo, sopre o ar na sua mão com a boca aberta, o ar está quente. Se você fizer isso agora com os lábios franzidos, o ar está mais frio. É simples e é o mesmo princípio que usamos quando sopramos para a comida ficar fria”.
Ashis Paul realizou diversas experiências até perceber que as garrafas plásticas eram ideais para a construção, arrumando-as então em grade. A experiência revelou ser um sucesso em algumas ideias do Bangladesh, que estavam a ser atingidas por fortes ondas de calor.
As instruções são simples e estão disponíveis na internet, sendo que mais de 25 mil indivíduos já as descarregaram. Ashis Paul não pretende ganhar dinheiro com a comercialização do projecto, tendo sido o projeto inventado para o benefício de quem não pode comprar ar condicionado. No máximo, a construção do projecto custa 6,50 euros.

quinta-feira, 25 de julho de 2019

Chilenos criam sacos plásticos solúveis em água e que não poluem.


Com uma mudança subtil na fórmula do plástico, que permite substituir o petróleo pela pedra calcária, um grupo de empreendedores chilenos conseguiu fabricar sacos plásticos e de tecido reutilizáveis solúveis em água e que não contaminam. Roberto Astete e Cristian Olivares, os dois artífices deste produto, começam a fazer experiências para fabricar um detergente biodegradável, mas acabaram encontrando a fórmula química à base de PVA (álcool polivinílico, solúvel em água) e que substitui os derivados do petróleo, responsáveis pela alta durabilidade dos plásticos que se integrou à cadeia alimentar de animais marinhos e responsáveis pela deterioração do meio ambiente. "O nosso produto deriva de uma pedra calcária que não causa danos ao meio ambiente", assegurou Astete, director-geral da empresa SoluBag, que espera comercializar seus produtos a partir de outubro no Chile, um dos primeiros países da América Latina a proibir o uso de sacos plásticos convencionais em estabelecimentos comerciais. "É como fazer pão", acrescenta. "Para fazer pão é preciso farinha e outros ingredientes. A nossa farinha é de álcool de polivinil e outros componentes, aprovados pela FDA (agência americana reguladora de alimentos, medicamentos, cosméticos, aparelhos médicos, produtos biológicos e derivados sanguíneos), que nos permitiu ter uma matéria-prima para fazer diferente. "A grande diferença entre o plástico tradicional e o nosso é que aquele vai estar entre 150 e até 500 anos no meio ambiente e o nosso demora apenas cinco minutos. Nós decidimos quando destruir", afirma Astete, antes de acrescentar que "hoje em dia a máquina recicladora pode ser a panela de casa ou a máquina de lavar". A fórmula encontrada permite "fazer qualquer material plástico", razão pela qual já estão trabalhando na produção de materiais como talheres, pratos e embalagens. Os tecidos solúveis na mesma água quente que serve, por exemplo, para preparar um chá ou um café, podem ser usados para produzir sacolas de compras reutilizáveis e produtos hospitalares como os protectores de macas, batas e gorros do pessoal médico e de pacientes que costumam ter um único uso, explica Olivares. E quando chove, como as compras chegam em casa? Os fabricantes podem programar a temperatura à qual tanto os sacos plásticos como os de lixo se dissolvem no contacto com a água. Outra vantagem dos sacos é que são antiasfixia, uma causa importante de mortalidade infantil, pois se dissolve em contacto com a língua ou as lágrimas. Com a produção maciça, que pode ser feita nas mesmas empresas que fabricam os plásticos convencionais - basta apenas alterar a fórmula -, o preço dos seus produtos pode ser similar ao dos actuais, garantem. Num mundo onde em 2014 foram fabricadas 311 milhões de toneladas de plástico e se nada mudar, em 2050, serão produzidas 1,124 bilhão de toneladas, Astete e Olivares esperam dar ao cliente o "empoderamento de ajudar a descontaminar o meio ambiente" porque "a grande vantagem é que o usuário decide quando destruí-la", assegura. A iniciativa ganhou o prémio SingularityU Chile Summit 2018 como empreendimento catalizador de mudança.

quarta-feira, 24 de julho de 2019

A bioeconomia para travar a crise climática e a destruição da natureza


A bioeconomia é uma das chaves para travar a crise climática e a destruição da natureza. Nos últimos anos, a União Europeia investiu quase 4 mil milhões de euros em investigação para desenvolver uma economia sustentável. O sector da bioeconomia emprega 18 milhões de pessoas e gera um volume de negócios de 2,4 biliões de euros. Sectores como a agricultura, a floresta, a pesca, a produção alimentar e de energia começaram a desenvolver novos produtos com elevado potencial.


Técnica para produzir pasta de celulose sem combustíveis fósseis


A fábrica finlandesa Metsa Fibre produz anualmente um milhão e trezentas mil toneladas de pasta de celulose, sem usar combustíveis fósseis. A fábrica é totalmente autosuficiente do ponto de vista energético.
"Produzimos mais do dobro da energia do que a que utilizamos. Temos lodo residual a partir do qual fabricamos biogás. As cascas servem para fazer combustível e também são vendidas para serem usadas como fonte de energia noutras empresas", explicou Camilla Wikstrom, vice-presidente da empresa finlandesa.
Têxteis produzidos a partir de madeira
O objectivo da fábrica finlandesa é produzir produtos sustentáveis usando menos água e menos energia. Um dos projectos da empresa é usar a pasta no fabrico de roupa.
"Estamos a trabalhar num projecto para fabricar têxteis a partir da polpa de madeira. Também temos a possibilidade de fabricar compósitos para substituir os plásticos", acrescentou a vice-presidente da empresa.
Os investigadores da fábrica finlandesa estão a desenvolver também um novo tipo de cartão para embalagens composto por três camadas e que poderá ser produzido de forma sustentável.
"Estamos a desenvolver polpa de elevado rendimento e a optimizar a estrutura de três camadas. Depois, precisamos de conhecer as camadas superficiais e as camadas médias volumosas. O objectivo é conseguir um material forte e duro", explicou Terhi Saari, diretor do centro tecnológico da empresa finlandesa.
A construção da fábrica de pasta de celulose finlandesa exigiu um investimento de 1,2 mil milhões de euros. A empresa acredita que o desenvolvimento de produtos sustentáveis vai compensar o elevado investimento.
"A maioria dos novos produtos desenvolvidos nos últimos 50 anos baseavam-se no petróleo e nos produtos petro-químico. Mas o contexto económico está a mudar devido às alterações climáticas e abrem-se novas possibilidades para produzir produtos a partir de madeira", afirmou Niklas Von Weymarn, presidente da empresa.
Em busca de tecnologia para produzir bioplástico
Uma nova tecnologia para produzir plástico biodegradável está a ser desenvolvida e testada no norte de Itália. As matérias-primas, amido, celulose e óleos vegetais, são transformadas em filmes de plástico.
"Com o tempo e as condições certas, em processos de compostagem industrial ou de biodegradação subterrânea, as moléculas destes bioplásticos tornam-se, pouco a pouco, mais simples, graças à ação de microorganismos. Ao longo do tempo, essas moléculas transformam-se em algo mais elementar, como carbono orgânico, ou composto ", explicou Alessandro D'Elicio, químico industrial da empresa Novamont.
Os cientistas realizam vários tipos de teste para verificar que o bioplástico oferece a mesma resistência e tem a mesma qualidade que o plástico produzido a partir do petróleo.
"Além dos testes mecânicos, podemos também fazer aqui testes qualitativos. Podemos por exemplo, medir o nível de fricção, as propriedades associadas à permeabilidade dos biomateriais e as propriedades óticas", disse Alessandro D'Elicio.
Não basta substituir um produto por outro
Os testes fazem parte de um projecto de investigação europeu que visa repensar toda a cadeia de valor do plástico, criar novos modelos de negócio e proteger o ambiente.
"Não queremos simplesmente substituir um produto por outro. Não é isso que nos interessa. Queremos desenvolver um sistema que nos permite usar melhor os recursos do planeta e redistribuí-los de forma mais justa e mais eficiente", sublinhou Luigi Capizzi, director de Investigação e Desenvolvimento da Novamont.
A Europa produz anualmente 25 milhões de toneladas de lixo plástico. Apenas um terço desse lixo é reciclado. O restante é incinerado ou enterrado, o que representa uma enorme fonte de poluição da terra e da atmosfera.
O papel das empresas e dos consumidores
Uma empresa croata de detergentes começou a usar bioplásticos nalgumas embalagens.
"Começámos com um certo tipo de produtos, usamos este bioplástico e dizemos aos consumidores que é melhor para eles e para o ambiente. Se percebermos que os consumidores aceitam este tipo de plástico e de embalagem vamos começar a usá-los noutros produtos", afirmou Andrea Bozic, diretora de Informação e Educação da Saponia, empresa croata de fabrico de detergentes.
A aposta na economia circular
A meta estabelecida pelos investigadores europeus é transformar dez milhões de toneladas de plástico reciclado em novos produtos, daqui até 2025. Para atingir esse objectivo, é preciso uma aposta ao nível da educação.
"Há países no norte da Europa em que o sistema de gestão dos resíduos está muito desenvolvido. Mas, noutros países, esse sistema nem sequer existe. Muitos cidadãos não estão ao corrente das implicações dos resíduos. Esses plásticos vão para os oceanos ou entram na nossa cadeia alimentar. Um dos grandes desafios é perceber as necessidades de cada país europeu para que ele consiga encontrar soluções", afirmou montserrat Lanero, engenheira industrial e gestora do projeto europeu Circ-Pack.
Para perceber essas necessidades, os cientistas recorrem à "ciência do cidadão" uma abordagem que envolve as associações de consumidores e visa conhecer as expetativas das pessoas na área da economia circular e do setor dos plásticos.
"Temos de dar poder ao cidadão. Muitas vezes, as pessoas não se apercebem de que as suas decisões, quando fazem compras, são muito importantes para influenciar o mercado e criar uma economia mais sustentável. Deve haver também empoderamento ao nível do mercado, para que o mercado ofereça mais escolhas aos consumidores", afirmou Belén Ramos, da Associação Espanhola de Consumidores.
Bioprodutos fabricados numa biorefinaria
A biorefinaria norueguesa Borregaard transforma um milhão de metros cúbicos de madeira em celulose, lenhina, bioetanol e fibras de celulose.
Essas fibras podem servir para fabricar bioprodutos através de um processo conhecido como fibrilação.
No âmbito de um projecto europeu, os cientistas noruegueses estão a investigar a possibilidade de usar um subproduto da madeira para substituir os atuais produtos químicos e derivados do petróleo.
"Alguns clientes procuram produtos que ofereçam uma viscosidade controlada, que permitam por exemplo, evitar que a tinta pingue quando se está aplicar a pintura na parede. É possível controlar o processo de endurecimento com adesivos e podemos também obter um bom resultado ao adicionar o produto em cosméticos ou cremes anti-rugas por exemplo", explicou Jarle Wikeby, engenheiro químico e coordenador do projecto europeu.
O trabalho dos investigadores é estudar as propriedades dos produtos, melhorá-las e aumentar o número de aplicações industriais possíveis. Os cientistas desenvolvem atualmente um produto altamente eficiente e robusto.
"Estamos a trabalhar ao nível do tamanho de partícula ou dos tamanhos de agregados específicos de partículas. Temos dois tipos de fibras diferentes. E começámos a estudar as propriedades do filme. O produto permite-nos fabricar filmes que têm boas propriedades, funcionam como barreiras, barreiras de oxigénio, que dão força aos produtos", explicou a investigadora química Kristin Weel Sundby.
Centenas de novos produtos em desenvolvimento
O laboratório desenvolve atualmente 700 produtos, a partir de matérias-primas naturais. Uma área que deverá crescer nos próximos anos.
"O nosso produto é um adjuvante. Basta colocar um pouco desse produto para mudar um produto baseado no petróleo para um produto baseado em água. Por isso, não se trata de uma questão de custo. É a consciência ambiental dos consumidores que leva à criação de produtos mais ecológicos e sustentáveis. Isso motiva as empresas a investirem no desenvolvimento de novos produtos", considerou Palm Romberg, vice-presidente da Borregaard AS.
A União Europeia planeia investir mais 10 mil milhões de euros em investigação na área da bioeconomia até 2027.

terça-feira, 23 de julho de 2019

Cidadãos estão a criar uma Reserva Natural para a Vida Selvagem


Em cerca de um hectare de floresta de carvalhos e castanheiros está a ser criada uma reserva natural local para a lontra, o texugo, o corço, a salamandra-lusitânica e dezenas de outras espécies.
Este refúgio de biodiversidade situa-se entre as localidades de Almalaguês e Rio de Galinhas, a 15 minutos de carro da cidade de Coimbra.
Trata-se da parte central de uma encosta onde abundam os carvalhos-alvarinhos e os castanheiros e por onde corre uma ribeira.
Ali vivem espécies que só ocorrem na Península Ibérica – como a salamandra-lusitânica e o lagarto-d’água – e espécies emblemáticas da floresta, como o veado, o corço, a gineta e o texugo.
Estes e outros animais partilham aquele espaço com, pelo menos, 70 espécies de aves, desde mochos e corujas a águias, rouxinóis, guarda-rios, chapins e pica-paus.
“Depois de vários meses de prospecção no terreno encontrámos neste local as condições ideais que procurávamos”, contou Manuel Malva, 23 anos, fotógrafo de natureza e estudante de biologia na Universidade de Coimbra.
Manuel Malva é o presidente da MilVoz– Associação de Protecção e Conservação da Natureza, criada em Maio de 2019 por cidadãos para dar voz ao património natural da região de Coimbra. 
A 16 de Maio, a associação lançou a campanha de crowdfunding “Ajuda a criar a primeira RESERVA NATURAL MilVoz” para angariação de fundos. A campanha termina a 12 de Julho mas o objectivo de reunir 3.000 euros já foi ultrapassado, chegando agora a mais de 3.900 euros.
“Este local tem habitats muito ricos e diversos e uma floresta nativa plena em biodiversidade”, disse Manuel Malva. “A diversidade de espécies e habitats dentro deste espaço é impressionante.”
Além disso é facilmente acessível à comunidade, um aspecto importante, uma vez que “um dos grandes objetivos deste projeto é aproximar as pessoas da natureza e da biodiversidade da região”.

Abrigos para morcegos, charcos para anfíbios

Entre as “pérolas” desta reserva está a “notável diversidade de flora nativa” e as “populações bem estabelecidas de algumas espécies ameaçadas, endémicas da Península Ibérica, e cuja conservação é prioritária”.
Segundo Manuel Malva, o grande objectivo é gerir o espaço “em prol da conservação da biodiversidade”, envolvendo a população. 
“Pretendemos começar a gerir o espaço já este Verão, começando por melhorar o trilho pedestre que percorre parte da encosta, para tornar mais agradável a sua utilização e usufruto. Com este trabalho concluído e a sinalética interpretativa colocada, daremos então início à gestão ambiental”, explicou. 
Mais concretamente, a associação pretende ajudar a floresta que já existe a continuar a desenvolver-se, favorecer espécies vegetais mais raras ou menos representadas e “recuperar zonas mais degradadas, que estão ocupadas por plantações de eucalipto e invasoras, que ameaçam a conservação deste espaço a médio prazo”, salientou Manuel Malva.
Vão continuar os trabalhos de inventariação e monitorização da biodiversidade e serão iniciadas melhorias nos habitats de várias espécies, como a colocação de caixas-ninho para aves, abrigos para morcegos e a criação de charcos para a reprodução de anfíbios.
A gestão da reserva “será feita, dentro das possibilidades da associação, pelos seus sócios ou por qualquer pessoa que se queira juntar a nós neste projeto ou nas actividades que iremos periodicamente desenvolver, e que serão sempre abertas ao público”.

MilVoz quer criar rede de mini-reservas

Esta será apenas a primeira de uma rede de mini-reservas que a associação quer implementar.
“Criar uma rede de mini-reservas foi desde cedo um dos nossos principais objectivos”, explicou Manuel Malva. “A única forma de preservar de forma segura e a longo prazo é adquirindo o espaço a preservar.”
Esta primeira mini-reserva pretende demonstrar os modelos de gestão que a associar quer replicar no futuro em outros locais, com habitats e espécies diferentes. 
A  rede de mini-reservas começa mas não termina em Coimbra. “A natureza não tem barreiras físicas e a MilVoz também não. A maioria dos membros é da região de Coimbra, pelo que fez sentido, pela proximidade, Coimbra ser o nosso núcleo de actuação. No entanto, não fechamos portas a desenvolver projectos futuros fora da região.”
A MilVoz nasceu “da junção de um conjunto muito diverso de pessoas com os mesmos interesses e preocupações ambientais, com uma grande vontade em criar uma entidade que represente e dê voz ao património natural da região”.
De acordo com Manuel Malva, “o papel da sociedade civil é (…) dar o exemplo e mostrar que não é apática”.
“Iniciativas como esta estão totalmente dependentes do contributo de cada pessoa que se identifique com o que queremos proteger e desenvolver, já que este projecto nasce precisamente da vontade de um grupo de cidadãos comuns.”

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