Um estudo descobriu que as dietas em que a carne, peixe e laticínios são consumidos só uma vez por dia deixam uma pegada mais pequena nas mudanças climáticas e fontes de água do que uma dieta vegetariana que inclua leite e ovos (ovolactovegetariana). A conclusão aplica-se a 95% dos 140 países analisados.
Em parte, tal deve-se porque a criação de vacas leiteiras para conseguir leite, manteiga e queijo requer grandes quantidades de energia e território, bem como fertilizantes e pesticidas para permitir o crescimento de forragem (alimento para os animais), o que liberta gases de estufa que estão a aquecer o planeta.
Já as dietas que incluam insetos, pequenos peixes e moluscos têm um impacto tão pequeno quanto o das dietas veganas (que exclui tudo o que seja de origem animal da alimentação e vestuário). Porém, as primeiras são mais nutritivas, consideram os especialistas do Centro Johns Hopkins para um Futuro Habitável.
Os cientistas calcularam as emissões de gases de estufa e o uso de água relativos a nove dietas diferentes – de uma com um dia sem carne por semana e sem carne vermelha, a dietas em que só se come peixe ou veganas – em 140 países.
Muitos ativistas pelo clima e cientistas aconselham que se mude para uma dieta baseada em plantas para evitar as mudanças climáticas e reduzir a desflorestação, visto que a produção de carne vermelha necessita de muito território.
A agricultura, a indústria florestal e outras atividades de exploração do solo foram as responsáveis por quase um quarto das emissões de gases de estufa provocadas pelo Homem entre 2007 e 2016, frisou um conselho de ciência climática das Nações Unidas, em agosto deste ano.
Contudo, não há uma solução que resolva tudo. Em países onde dominam os rendimentos mais baixos e médios, os cidadãos costumam precisar de comer mais proteína animal para uma nutrição adequada, explicou Keeve Nachman, que liderou o estudo, à Reuters.
Tal significa que as emissões poluentes e uso de água nos países mais pobres precisariam de aumentar, para reduzir a fome e a malnutrição. Ao mesmo tempo, os países mais ricos deviam reduzir o seu consumo de carne, laticínios e ovos, considera o estudo.
Em média, a produção de uma dose de carne de vaca emite 115 vezes mais gases de efeito de estufa – incluindo o metano – do que os frutos secos, e 40 vezes mais do que a soja.
O estudo também descobriu que produzir 454 gramas de carne de vaca no Paraguai contribui 17 vezes com mais gases de estufa do que fazer o mesmo na Dinamarca. Tal explica-se com a desflorestação na América Latina para criar pastagens para o gado.
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