sábado, 30 de janeiro de 2021

Comando ecológico desenvolvido para as TVs mais recentes da Samsung

 


Com a emergência climática, muitas têm sido as acções desenvolvidas pelas várias empresas que conhecemos tão bem. Por exemplo, foi com o mote da sustentabilidade que a Apple decidiu não incluir carregador na caixa do seu mais recente smartphone.

Agora e numa abordagem diferente, a Samsung desenhou um comando ecológico de carregamento solar.

Com a introdução das suas novas televisões QLED de 4K e 8K, a Samsung vai lançar o seu novo comando ecológico, o Eco Remote Control. Então, a empresa afirma que, assim, será capaz de reduzir toneladas de resíduos de plástico por ano, espelhando os seus esforços para diminuir o impacto ambiental.

Conforme divulgou a Samsung, a bateria do comando será capaz de aguentar vários anos até necessitar de um novo carregamento completo. Aliás, a bateria recarregável interna foi desenhada para durar cerca de sete anos, o ciclo médio de vida de uma televisão. Mais, se eventualmente for necessário carregar o comando mais rápido, tem à disposição uma porta USB-C, na parte inferior, para acelerar o processo.

Além da inexistência de pilhas e do carregamento solar que lhe pouparão a carteira, a Samsung pensou também na redução do desperdício do plástico.

Na parte da frente, o comando assemelha-se a qualquer um outro fabricado pela Samsung. Porém, o segredo está na parte de trás: contém um painel de células solares que servem para carregar a bateria interna. Além disso, é constituído por 31 gramas de plástico, advindo 28% desse de polietileno tereftalato reciclado.

Para além do comando, a Samsung continua a esforçar-se para garantir a possível sustentabilidade.

"Ao eliminar a tinta à base de óleo e expandir as embalagens ecológicas para todos os modelos de Lifestyle e QLED TV, a Samsung oferece uma solução sustentável que pode fazer a reciclagem de até 200.000 toneladas de caixas por ano e transformá-las em peças de decoração doméstica."

Ou seja, após desembalar a sua televisão, o consumidor pode digitalizar um código QR, presente na caixa, para obter instruções sobre como a transformar em algo útil.


Quase metade das medidas ecológicas das empresas são falsas


Bruxelas chama-lhe “ecobranqueamento”, prática através da qual as empresas dizem estar a fazer mais pelo ambiente do que realmente fazem. É a primeira vez que se faz uma investigação destas, no âmbito destes exercícios anuais de análise aos sites das empresas.

A Comissão Europeia defende este tipo de política enganosa que está a aumentar “com a maior procura pelos consumidores de produtos respeitadores do ambiente”.

Depois de uma ampla triagem, foram examinadas em detalhe 344 alegações. Destas, mais de metade não tinham informação suficiente.

Em 37% dos casos, as afirmações eram vagas e genéricas, como “consciente”, “amigo do ambiente” e “sustentável”, com o objetivo de "transmitir aos consumidores a impressão não comprovada de que um produto não tinha impacto negativo no ambiente".

Em 59% dos casos, o comerciante não forneceu provas facilmente acessíveis para apoiar as alegações.

As empresas visadas vão agora ser contactadas pelas autoridades nacionais, para que sejam corrigidos os problemas detetados. Os dados vão ser incluídos na preparação da nova proposta legislativa para capacitar os consumidores para a transição verde, anunciada na Nova Agenda do Consumidor.

Didier Reynders, comissário para a Justiça, diz que “cada vez mais pessoas querem viver uma vida verde e eu aplaudo as empresas que se esforçam para produzir produtos ou serviços ecológicos”.

“No entanto, também existem comerciantes sem escrúpulos, que enganam os consumidores com afirmações vagas, falsas ou exageradas. A Comissão está totalmente empenhada em capacitar os consumidores nesta transição ambiental e no combate ao 'ecobranqueamento'. Esta é precisamente uma das principais prioridades da Agenda do Novo Consumidor, adotada no outono”, sublinha.

Várias iniciativas em curso

Este rastreio de sites na internet, tendo como alvo o “ecobranqueamento”, é uma das iniciativas que a Comissão Europeia está a desenvolver para apoiar os consumidores no caminho da sustentabilidade.

Ao contrário do que é habitual, o exercício deste ano não foi coordenado apenas com as autoridades de fiscalização do consumidor europeias, mas também do resto do mundo, através da Rede Internacional de Proteção e Fiscalização do Consumidor.

Outra iniciativa de Bruxelas é o Compromisso de Consumo Verde, lançado no dia 25, e a proposta legislativa para capacitar os consumidores para a transição verde com melhores informações sobre a sustentabilidade dos produtos e melhor proteção contra certas práticas, como “lavagem verde” e obsolescência precoce. Será ainda apresentada uma proposta legislativa sobre a comprovação de alegações verdes com base nos métodos da pegada ambiental.

No horizonte está também uma rotulagem nutricional obrigatória e harmonizada na frente da embalagem, para ajudar os consumidores a fazerem escolhas informadas, saudáveis e sustentáveis.

Nos eletrodomésticos, o rótulo energético da UE já tem indicações claras e simples sobre a eficiência energética dos produtos, o que permite poupar na conta da luz e reduzir as emissões de gases de efeito estufa.


 

quinta-feira, 14 de janeiro de 2021

Cuidado: a pele vegan pode não ser tão amiga do ambiente quanto pensa


 

Quanto vale uma tendência? Anote: 74 mil milhões de euros. O valor é tão impressionante quanto o crescimento exponencial da indústria. Falamos da produção de pele vegana que, segundo um relatório da Infinium Global Research publicado em março de 2020, estima um crescimento anual de 50 por cento ao ano.

O material que tem acalmado as preocupações ambientais dos consumidores é um dos símbolos maiores do mercado vegan, em crescimento em quase todos os países. Número de 2019 indicavam um crescimento de 12 por cento em França, 11 por cento nos Estados Unidos e uns impressionantes 320 por cento na Dinamarca. 

A moda e a indústria do calçado são os que, a par da beleza, têm investido mais neste tipo de produtos. A Dr. Martens anunciou um aumento dos lucros em 70 por cento graças à sua colecção de botas vegan — uma inovação em que marcas como Adidas ou Topshop também investiram.

Portanto, parece um ponto bem assente: a roupa e o calçado vegan estão em grande e, com ele, também aquilo a que chamam pele vegan, que é bem diferente da pele falsa ou sintética.

Sabemos também que a pele verdadeira é um enorme problema ambiental. Apesar de se limitar a aproveitar um subproduto da matança de animais na indústria alimentar, o tratamento subsequente a que tem que ser sujeita para poder ser usada no vestuário é altamente poluente.

Embora métodos mais amigos do ambiente estejam a ser postos em prática, nos países em desenvolvimento os químicos usados nos curtumes continuam a ir parar ao oceano sem quaisquer filtros ou tratamentos.

Mas afinal, o que é pele vegana? A definição abarca várias composições. Trata-se, no fundo, de um material que imita a textura da pele, embora feito não de pele de animal mas de produtos sintéticos ou com base em plantas.

A verdade é que a maioria da pele vegan que está hoje no mercado é feita de plástico, seja ele poliuretano ou cloreto de polivinilo, escolhidos pela sua textura rugosa que permite criar cópias quase impossíveis de distinguir. Depois há as exceções, a pele vegan feita de materiais naturais como rolhas, cascas de maçã ou plásticos reciclados.

A aposta nos compostos de plástico garantem que não se recorre à pele animal, mas será que isso torna a escolha mais sustentável e ecológica?

Desde logo, há um ponto essencial: a durabilidade de uma peça feita nestes materiais é significativamente menor, o que levará a que estes materiais não biodegradáveis vão parar ao lixo mais rapidamente.

“Claro que existem preocupações ambientais [no uso de pele vegan de poliuretano]”, revela à “Harper’s Bazaar” Sandra Sandor, directora criativa da Nanushka. “Ainda assim, há motivos válidos para afirmar que o impacto ambiental da sua produção é menor do que o da pele verdadeira”. Um relatório de 2018 parece confirmá-lo. 

“Se compram pele falsa, têm que tem em conta que estão a comprar plástico”, revela ao “The Independent” Amy Powney, directora criativa da marca de luxo sustentável Mother of Pearl, que opta por usar pele verdadeira. Isto porque a maioria das alernativas usa materiais sintéticos. 

Powney explica que dá preferência a pele que cumpra as melhores práticas — que, por exemplo, não usem materiais naturais no tratamento, ao invés de químicos nocivos —, até porque os produtos tornam-se mais duráveis.

O consenso parece ser mais ou menos generalizado. Não existe qualquer problema em apostar em peças com o selo “pele vegan”, desde que elas não sejam feitas de materiais sintéticos. Serão, na prática, vegan, mas dificilmente poderão ser apelidadas de amigas do ambiente.

Estas peças de poliuretano começam a poluir assim que nos chegam às mãos, com microfibras que vão sendo largadas a cada uso e a cada lavagem — já tinha revelado os números impressionantes de microfibras que poluem as águas e que são libertados a cada ano pelas peças de materiais sintéticos. 

“A história da pele é uma de amor e ódio”, explica Jourdan Norcose da Boyish Jeans em declarações ao “The Independent”. “A pele vegan pode ser feita de plásticos que demoram anos a degradar-se na natureza, por isso é ainda mais nociva para o planeta do que a pele verdadeira.”

“As pessoas julgam que é melhor simplesmente porque tem uma etiqueta a dizer vegan, mas isso é porque ninguém está a perder o tempo que devia a perceber o que é que estão a comprar”, conclui.

Então, pele vegan, sim ou não? Depende. Fará sentido se se tratar de uma alternativa que não use plásticos e outros materiais sintéticos. Caso a questão da crueldade animal não o incomode, pode sempre optar por peças de pele verdadeira, tendo sempre o cuidado de garantir que o processo de tratamento e produção evita o uso de produtos tóxicos e cumpre todas as regras

Seis dicas (muito) úteis para viajar respeitando o ambiente


Se está a planear viajar nos próximos meses, dentro ou fora do país, temos algumas dicas para seguir nas suas próximas deslocações. Qualquer oportunidade para pouparmos e respeitarmos o ambiente e o Planeta, deve ser aproveitada. Por vezes, basta adaptarmos-nos às circunstâncias para fazermos a diferença.

Damos-lhe seis ideias para repensar a forma como viaja:

Avião: Se estiver a planear uma viagem de avião, opte por duas hipóteses: procurar voos o mais directos possíveis para o destino, de maneira a evitar contribuir para mais emissões de CO2 na atmosfera; planear uma viagem maior, na qual possa visitar vários locais ou países de uma só vez – dando preferência aos transportes públicos.

Lembranças: Quando tiver de comprar os souvenirs, escolha produtos locais ou de feiras de artesanato.

Deslocações: Prefira deslocar-se a pé durante a maior parte da viagem, além de conhecer melhor o novo destino, faz bem à saúde. Em último caso, apanhe sempre transportes públicos, ou alugue um veículo eléctrico.

Alimentação: Se deve haver espaço na mala é para estes pequenos objectos indispensáveis, que já devem andar consigo no dia a dia – os utensílios reutilizáveis. Leve uma garrafa de vidro/aço para encher de água ou outra bebida no início de cada passeio, o conjunto de talheres e a palhinha de aço.

Objectos do dia-a-dia: Na altura de fazer a mala, repense o que leva consigo e o que lhe pode fazer falta, de forma a evitar ter de comprar produtos descartáveis. Além disso, opte por um set de miniaturas de silicone ao invés de plástico.


Via GreenSavers

Cientistas criam enzima capaz de retirar CO2 da atmosfera


 

Retirar quantidades massivas de dióxido de carbono (CO2) da atmosfera é um desafio que, até ao fim do século, deverá ser superado pela humanidade para que catástrofes climáticas não tornem a vida na Terra mais difícil do que já é. Soluções propostas até então podem ser efectivas sob certa perspectiva, mas todas exigem altos investimentos em produção de energia e equipamentos, além de materiais não tão fáceis de se conseguir, a exemplo do hidrogénio – o que as torna inviáveis, por enquanto.

Entretanto, um grupo de cientistas europeus adoptou uma abordagem inédita que pode mudar o rumo dessa história. Planearam vias metabólicas inéditas capazes de incorporar gases em reacções celulares a níveis nunca vistos antes.

Considerando que, na natureza, não existe coisa alguma que combine todos os elementos necessários para uma aplicação do tipo, concretizar um projecto dessa magnitude é uma tarefa extremamente complexa.

É certo que funções semelhantes muito menos potentes, espalhadas por diversas etapas em diferentes reacções, fazem parte da rotina de unidades estruturais e funcionais de seres vivos, mas, levando em conta o nível de eficácia e a capacidade de captação dos poluentes esperados, são apenas bases para teorias mais ousadas.

Uma vez identificadas as substâncias químicas mais comuns presentes em células e etapas intermediárias de consumo de CO2, era preciso detectar quais enzimas poderiam lidar com o material – e foi a isso que os investigadores se dedicaram, justamente para construir algo que, em teoria, caberia à evolução.

Três etapas são necessárias para a ocorrência de vias metabólicas, em que cada uma fornece, por meio da acção de enzimas, o substrato necessário para a seguinte; das 11 substâncias avaliadas pela equipa, algumas naturais e outras artificiais, duas agiram de maneira considerada aceitável.

De todo modo, é preciso ressaltar que aminoácidos que participam desses processos são "programados" para encerrarem actividades enzimáticas após determinada atuação, o que limita aquilo que podem fazer. Pensando nisso, os investigadores os alteraram para que não "parassem" como manda o protocolo, aumentando, assim, os seus desempenhos de 30% a 60%, dependendo da abordagem.

Na segunda etapa, as coisas ficaram um pouco mais complicadas, e a única descoberta foi uma actividade "muito baixa, mas mensurável" de um conjunto de enzimas que sofreram intervenção. A partir da montagem de um verdadeiro quebra-cabeça dessa variedade, identificaram uma forma com três mutações com actividade 50 vezes mais potente.

Ou seja, o "tempo de vida útil" aprimorado permitiria capturar bem mais carbono da atmosfera.

Testar tais enzimas foi fácil, afirmam os responsáveis pela descoberta. Uma delas, inclusive, funcionou sem modificações significativas, gerando uma molécula de três carbonos intimamente relacionada ao glicerol, que pode ser usado por uma ampla variedade de vias, muitas das quais levam a moléculas maiores e mais complexas.

Isso é incrível de uma perspectiva energética, pois, em tese, a solução capturaria duas vezes mais carbono em cada ciclo e consumiria 20% menos recursos que o originalmente necessário, com o adicional de continuar atuando independentemente dos níveis de oxigénio gerados.

Aliás, incorporá-la a uma reacção que eliminaria um contaminante utilizado na manufatura de plásticos PET não está descartado. Infelizmente, existe um porém: nada foi testado em organismos vivos, apenas em bactérias, o que impossibilita, neste momento, altas expectativas de uma aplicação mais ampla.

Ainda falando dos "contras", um grama das enzimas necessárias eliminaria apenas 1,3 miligrama de dióxido de carbono por minuto – levando 13 horas para extrair um grama inteiro de dióxido de carbono da atmosfera, tudo dependendo, sempre, de fornecimento de energia. Continua inviável.

E mais: mesmo nesse caso, os testes se restringiram ao sistema externo das células em uma solução. Não se sabe que o método funcionaria na parte interna, algo necessário para se encontrar "a chave para uma biocatálise sustentável e uma bioeconomia neutra em carbono", afirmam os investigadores.

De todo modo, a equipa deu os passos iniciais de algo que pode, eventualmente, auxiliar o planeta, já que saiu da teoria e proporcionou uma realidade biológica. No futuro, mais do que apenas contarmos com a sorte, poderemos, talvez, actuar junto à natureza para optimizar o trabalho incrível que, hoje, é realizado apenas por ela.

O estudo completo pode ser encontrado na revista Nature.

segunda-feira, 11 de janeiro de 2021

Jardim Cesário Verde recebe intervenção com detalhes da calçada portuguesa


 

O Jardim Cesário Verde, situado na Freguesia de Arroios, foi alvo de uma intervenção em setembro do ano passado. Além de melhorar as suas condições, e restituir a permeabilidade dos solos, a Junta de Freguesia aplicou detalhes de calçada artística portuguesa inspirada na Fauna e Flora no local.

Árvores, rosa dos ventos, gato, trevo, guitarra, borboletas e outras plantas, fazem parte da colecção de motivos em calçada portuguesa que podem ser observados no Jardim.

Esta obra de requalificação fez parte de um conjunto com mais duas obras de reabilitação, que incluíram a travessa João Vaz e a melhoria das condições de atravessamento em três entroncamentos da rua de Ponta Delgada.

Foto: © Junta de Freguesia de Arroios

Aqva More. Com esta caixa, a água sai quente sem desperdício.


 

Aqva More é a máquina que pode permitir a cada família poupar cerca de 20 mil litros de água por ano. A garantia é dada pela empresa que desenvolveu este circulador de água fria, que apenas deixa sair a da torneira quando fica quente, evitando o desperdício.

À venda a partir de março por 277 euros (mais IVA), através da internet, o produto está a ser desenvolvido num dos laboratórios de inovação do Taguspark, em Oeiras. "Esta máquina torna as casas mais eficientes em 30 minutos e não requer obra. O cliente só tem de ligar as tubagens e configurar a temperatura", explicam os fundadores, João Guerreiro e João Rosa.

Cada sistema inclui dois aparelhos: o principal fica junto ao esquentador ou caldeira; o secundário junto à torneira onde se pretende evitar o desperdício. Cada aparelho custa 120 euros (mais IVA).

A máquina principal inclui uma bomba de água a 24 volts e tem de estar ligada à corrente. O aparelho comunica com a caixa secundária por radiofrequência, funciona a bateria com autonomia de um mês e trabalha 2 minutos por dia.

"A água não sai dos canos, anda num circuito. Dentro de uma casa, fazemos circular a água dentro das paredes: até chegar quente à torneira - em vez de correr para o esgoto -, é desviada para o lado frio."

Para já, não são adiantadas perspetivas de vendas. Há "elasticidade para colocar no mercado centenas ou milhares de caixas por mês". No limite, "por cada 50 mil habitantes pode ser instalado um máximo de 12 500 máquinas" produzidas em Portugal.

A acompanhar os aparelhos haverá uma aplicação móvel, que ajuda a medir a poupança mensal e a entrar na lógica do jogo com outros consumidores. No limite, as fornecedoras de água municipais poderão ter acesso aos dados e verificar tendências de consumo.

A Aqva More também está a trabalhar em soluções personalizadas para escolas, cabeleireiros e ginásios, onde a poupança de água "poderá chegar aos 128 mil euros por ano".

João Guerreiro é o cérebro da startup. Ao fim de 20 anos a cuidar da mistura de imagem em vários programas de entretenimento, o fazedor procurou uma solução para evitar o desperdício enquanto se espera pela água quente.

"Pagamos a água que entra no contador e que depois vai para o esgoto, através das taxas de saneamento. Como há secas constantes e as albufeiras das barragens estão a ficar cada vez mais vazias, deparámo-nos com uma situação ridícula e ineficiente", recorda.

Depois de começar a desenvolver protótipos numa oficina no Rato, o engenheiro civil João Rosa juntou-se ao projeto graças à experiência no lançamento deste tipo de produtos. Em 2019, a ideia venceu o prémio Startup Portugal em Smart Cities. A equipa tem três pessoas, mas perto de uma dezena de fornecedores.

Foto: © PAULO SPRANGER / Global Imagens

quinta-feira, 7 de janeiro de 2021

Ambiente. Como pretendem os partidos combater as alterações climáticas?


 

A política ambiental tem vindo a ser desenvolvida, em Portugal, desde os anos 80 do Século XX . Temas como o clima, a mitigação das alterações climáticas ou as novas formas de relacionamento com a agricultura, florestas e mar encontram-se em jogo nos oito projectos da Assembleia da República,  que podem mudar Portugal num futuro a longo prazo.

Fim dos veículos movidos a combustíveis fósseis 
O projecto de lei dos socialistas aprova a Lei de Bases da Política do Clima, que assenta na criação de uma “Unidade Técnica para a Estratégia Climática”, uma comissão independente que se pronunciará sobre o planeamento, a execução e a avaliação da política em matéria de alterações climáticas. No entanto, temáticas como a proibição - a partir de 2035 - da venda de veículos ligeiros movidos exclusivamente a combustíveis fósseis ou da utilização do gás natural de origem fóssil para a produção de energia elétrica - a partir de 2040 - também estão em cima da mesa.

Redução de emissões
O PAN, o primeiro partido a apresentar uma Lei do Clima, estabeleceu metas de redução de gases com efeito de estufa, a começar com uma de 45% já em 2025, indo ao encontro do objectivo de neutralidade climática alinhavado pela presidência portuguesa da União Europeia para o primeiro semestre deste ano. O partido prevê igualmente a criação de planos sectoriais de redução de emissões, a cinco anos, e diz que os primeiros terão, caso a lei seja aprovada, de ser apresentados até ao final de setembro. Seguindo a mesma linha de pensamento, o Partido Ecologista “Os Verdes” quer uma “definição ambiciosa, clara e calendarizada de metas de redução de emissões de gases com efeito de estufa”, tal como as medidas para que a mesma possa prosseguir.

O impacto dos seres humanos no meio ambiente Por sua vez, o PCP apresentou novos mecanismos legais para combater a degradação dos recursos naturais e os impactos negativos das actividades humanas no meio ambiente, realçando também a conservação da natureza. No projecto dos comunistas estão contempladas outras temáticas como os riscos e catástrofes ambientais, danos e segurança ambiental, utilização de organismos geneticamente modificados, habitat humano, o bem-estar e a qualidade de vida, o ciclo da água ou as alterações climáticas.

Aposta nos transportes públicos O Bloco de Esquerda pretende investir nos transportes públicos colectivos e na mobilidade activa, no combate à obsolescência programada ou na redução de bens descartáveis, na criação da Inspecção-Geral das Emissões Industriais, para reduzir as emissões da indústria pesada, como a produção de energia, cimento e celulose. O projecto estabelece igualmente a modernização e electrificação de todas as linhas e ramais da rede ferroviária e a criação de ligações ferroviárias electrificadas entre todas as capitais de distrito.

Auscultação da sociedade civil
Durante dois meses, o PSD juntou-se a 40 entidades - como ONG ligadas ao ambiente e ao clima, academia, centros de investigação e até fundações - para compreender aquilo que os portugueses ambicionam. Assim, para os sociais-democratas, esta lei é de um dos pilares das políticas públicas para o pós-covid-19. A proposta inclui os sectores da água, saneamento e resíduos, energia, ar, ruído, litoral e biodiversidade.

Deputadas não inscritas 
No seu projecto de lei, Cristina Rodrigues - antiga deputada do PAN - definiu a criação de um Plano de Acção para a Prevenção de Catástrofe Naturais e de uma Comissão Interministerial para as Alterações Climáticas, a fim de assegurar a integração dos objectivos para a neutralidade climática nas políticas, medidas e planos de investimento dos diversos sectores. Além disto, defende o desenvolvimento do Observatório Técnico Independente para as Alterações Climáticas.

A deputada Joacine Katar Moreira, antiga representante do Livre, apela a mais sustentabilidade através do investimento nos transportes públicos e na mobilidade activa, querendo tornar obrigatório que todas as medidas legislativas e investimentos públicos maiores sejam avaliados em função da sustentabilidade.

sábado, 2 de janeiro de 2021

Recorde de eficiência de 29,15% com nova célula solar de perovskita

As formas de aproveitamento da energia solar têm evoluído bastante nos últimos anos, e isso são boas notícias para os mais diversos segmentos do mercado. Além de um planeta mais verde, este tipo de energia pode ser aproveitada, por exemplo, pelos fabricantes de veículos elétricos.

De acordo com informações recentes, foi batido o recorde de eficiência com uma nova célula solar de perovskita.


Uma equipa de investigadores da Helmholtz-Zentrum Berlin (HZB) publicou na revista Science o desenvolvimento de uma célula de perovskita/silício que alcançou eficiência de 29,15%. Esse é um novo recorde mundial.

95% dos painéis fotovoltaicos que vemos instalados têm por base células solares de silício, um material que é abundante na crosta terrestre, e que permite tirar um rendimento da luz solar de 27%, mas que na realidade têm uma eficiência de apenas 17%.

A Perovskita (óxido de cálcio e titânio, CaTiO3), é um mineral relativamente raro ocorrendo na forma de cristais ortorrômbicos (pseudocúbicos).  A sua estrutura é constituída por átomos ou moléculas dos cristais que é ABX3.

Significa que tem 3 componentes diferentes, organizados de modo cúbico. Em que um dos átomos, A, fica nos vértices do cubo, o B no centro e o X no centro de cada face do cubo. Esta é uma estrutura conhecida e usada em vários dispositivos, mas aplicado às células solares é relativamente recente!

Com uma eficiência de 29,15%, foi superada a conquista anterior de 28%. A meta de eficiência de longo prazo para uma célula solar de perovskita/silício é de 30%, portanto, esta é uma conquista muito próxima dessa meta.

Além desta conquista, a boa notícia é que os cientistas estão otimistas de que o “limite” de 30%, para esse tipo de painel, possa ser superado, alcançando-se ainda maior eficiência energética solar.

O silício é atualmente o material usado em células solares, e a perovskita e o silício foram desenvolvidos separadamente como materiais semicondutores para painéis solares. Os cientistas veem a perovskita como tendo um potencial inexplorado e têm feito experiências com este material, combinando-a com outros materiais.


Natal verde. Portugal bate recorde de produção energética sem carvão

 



Entre 24 e 28 de dezembro Portugal atingiu 111 horas de produção energética sem a contribuição "de qualquer produção térmica clássica", informa a Redes Energéticas Nacionais (REN) em comunicado.

A empresa que gere as autoestradas da energia no país explica o resultado com a "redução de consumos no período do Natal, associada a elevadas disponibilidades eólicas e hídricas."

Neste período "o sistema foi abastecido a partir de produção eólica com 47%, hídrica 19%, importação 17%, fotovoltaica com 2% e os restantes 15% de cogeração e biomassa".

Ainda assim o país importou quase 20% da energia de que precisou. A REN não especifica de onde nem qual a origem, mas a única porta de entrada de energia no país é Espanha, que por sua vez costuma ter uma grande produção eólica.

O anterior recorde era de 88 horas e aconteceu em abril de 2018.


Índia está a construir o maior parque de energia verde do mundo. É do tamanho de Singapura.

 


A Índia acaba de lançar as bases para o que as autoridades afirmam ser o maior parque de energia renovável do mundo. O gigantesco projecto, na região de Kutch, no oeste de Gujarat, cobrirá uma área de 72 mil hectares – uma área quase do tamanho de Singapura.

De acordo com a Agência France Press, depois de concluído, o megaparque de energia renovável produzirá 30 gigawatts de eletricidade a partir de turbinas eólicas e painéis solares, reduzindo assim as emissões de dióxido de carbono em até 50 milhões de toneladas por ano.

“O parque de energia renovável híbrida será o maior do mundo e gerará 30.000 megawatts de energia”, disse o primeiro-ministro da Índia Narendra Modi durante a inauguração oficial do parque, de acordo com a AFP.

Esses números superam as maiores quintas solares actuais do mundo. O parque solar Bhadla da Índia, que atualmente detém o título de maior parque solar do mundo, produz apenas 2,245 gigawatts.

A Austrália tem ambições semelhantes, com um plano para construir a maior quinta solar do mundo, produzindo 10 gigawatts de energia planeados, espalhados por uma área do tamanho de 20 mil campos de futebol.

A instalação de Gujarat será construída perto de uma central de dessalinização que processará 100 milhões de litros de água por dia, o suficiente para cerca de 800 mil pessoas.

A Índia tem um cronograma ambicioso para energias renováveis. O país de Modi planeia gerar 175 gigawatts em energia renovável até 2022 e 450 gigawatts até 2030.

“A segurança energética e hídrica são vitais no século XIX”, disse o primeiro-ministro indiano. “Os dois grandes projectos do parque de energia renovável e da planta de dessalinização inaugurados em Kutch são etapas para alcançar os dois.”


Valongo transforma máquinas em casotas para gatos de rua

 


A primeira de várias casotas para os gatos de colónia de Valongo já está pronta para receber inquilinos felinos. Mas esta não é uma casota qualquer. De forma a dar uma nova vida a electrodomésticos avariados ou sem uso, o município está a reaproveitar máquinas de lavar e secar para as transformar em abrigos. Depois de pintadas e decoradas para oferecerem mais conforto, vão proteger os gatos das colónias de rua do concelho.

"Este ano, o Município de Valongo iniciou a esterilização de colónias de gatos de rua, tendo esterilizado, vacinado e identificado por microchip mais de 100 gatos e gatas em 12 colónias. Sentimos agora a necessidade de lhes providenciar uma 'casa'", diz-nos Fernando Rodrigues, o médico veterinário municipal. "Este projecto veio nesse sentido, pois as máquinas de lavar ou secar velhas são um desperdício doméstico que pode ser reaproveitado e de forma gratuita."

"Os gatos de colónia já têm cuidadores que os alimentam e desta forma passarão a ter também um tecto, caso se desejem abrigar", explica. Para já, vão começar a colocar duas ou três máquinas por colónia – "ou seja, necessitaremos só para este ano de cerca de 50 máquinas". Quem quiser doar máquinas de lavar ou secar (nestas últimas, o tambor é maior), pode contactar pelo telefone 22 422 3039 ou pelo email GMVM@cm-valongo.pt.

O Gabinete de Medicina Veterinária Municipal de Valongo efectua a esterilização de colónias de gatos errantes em colónias CED (Captura, Esterilização e Devolução). Apoia associações e entidades singulares ou colectivas que queiram legalizar colónias CED próprias, oferecendo a captura e a cirurgia de esterilização, desde que sejam cumpridos os trâmites da lei nacional em vigor. Para que uma colónia seja autorizada, deve ser feito um pedido.

Capturar-Esterilizar-Devolver (CED) é um método de controlo de colónias de gatos e de redução das populações felinas silvestres. O processo envolve a captura dos gatos de uma colónia, a sua esterilização, um pequeno corte na orelha esquerda para fins de identificação, desparasitação e, por fim, a devolução dos animais ao seu território de origem, onde são alimentados e protegidos por um cuidador. Sempre que possível, os animais adultos dóceis e as crias em idade de socialização são encaminhados para adopção.


Casa espiral é construída com madeira, terra e telhado verde.

 


Uma casa que cresce junto com a família. Foi esse o pedido dos clientes ao escritório japonês Ryuichi Ashizawa Architects & Associates, que decidiu projectar uma residência em formato de espiral – padrão bastante encontrado na natureza. O lar, que é cercado por vegetação, inclui a preocupação ambiental do chão ao tecto. 

Spiral Garden ou casa espiral foi construída num terreno de 1.000 m2 na Ilha Awaji, em Hyogo, no Japão, para uma família de quatro pessoas. Vigas de madeira sustentam o telhado. De acordo com o escritório, cada parte da construção de madeira foi entalhada à mão por carpinteiros. O material está presente nas paredes, portas e móveis. 

Quase tudo na residência é revestido com terra local da ilha. O chão, por exemplo, adopta uma técnica chamada de “Tataki”. Mais conhecido como um preparo da culinária japonesa, o Tataki é também um método construtivo tradicional de piso de terra batida. As paredes ganharam malha de bambu trançada e acabamentos de terra, que ajudam a armazenar o calor e controlar a umidade.

A casa possui janelas em todos os lados – permitindo o constante contato com a vista exterior. Ao centro do lar, um cilindro com claraboia garante a entrada de luz solar durante o dia. Quando aberta, também funciona como um túnel de ventilação natural.

Com um tecto que mais parece um escorrega verde, diversas plantas podem ser cultivadas: contribuindo para resfriar o ambiente interior. A água da chuva irriga a vegetação e o excesso flui gradativamente para um lago construído no quintal, que serve como reservatório. O terreno ainda possui uma horta em espiral, forno ao ar livre e banheiro seco. Tudo remete à harmonia com a natureza. 

A forma não convencional da edificação é, segundo os arquitetos da Ryuichi Ashizawa, uma referência às casas locais da ilha Awaji, que são feitas de madeira e revestidas de terra. Além disso, aposta numa “abordagem arquitetónica mais primitiva baseada na reunião familiar”. 

Com várias possibilidades de layout, algumas comodidades não possuem funções pré-determinadas e podem servir para fins diversos ao longo da vida. Em comum, todos os espaços parecem conectados pela circularidade, que estimula o convívio e as trocas.


Peruanos criam um laptop ecológico de madeira e vai ser recarregado pelo sol


 


Laptop ecológico de madeira pode ser recarregado com energia solar. Desenvolvido para democratizar o acesso à tecnologia para estudantes peruanos, o WAWA Laptop é sustentável e durável.

As mudanças da tecnologia são cada vez mais frequentes, seja com actualizações de sistemas, novos dispositivos ou funcionalidades criadas a todo momento. Esta realidade, tão comum para quem vive em grandes cidades, não é recebida em locais mais distantes, seja pelo custo mais elevado ou pela falta de estrutura. Para tentar resolver esse problema, um grupo de peruanos desenvolveu um notebook ecológico, feito de madeira, carregado com luz solar, e que pode ser usado durante quinze anos.

Denominado WAWA Laptop, o dispositivo apresenta baixo custo e boa durabilidade, buscando democratizar o acesso à tecnologia para estudantes peruanos.

Em 2015, o grupo criou a empresa Wawa Laptop, com o objectivo de levar recursos tecnológicos para crianças e escolas de diversas regiões dos Andes e da Amazónia peruana. O primeiro protótipo do grupo, um desktop de baixo custo, foi testado em algumas regiões do Peru, mas o resultado não foi tão satisfatório, pois “enquanto as crianças estavam felizes em ter um computador, vimos que tudo estava diluindo muito rapidamente. Então pensamos que tínhamos que dar outra coisa a elas”, conforme disse o gerente de tecnologia da empresa, Javier Carrasco, em entrevista à agência de notícias espanhola EFE.

Então a equipa passou a desenvolver o Wawa Laptop 2.0, produzido em MDF e facilmente desmontável. A ideia do novo notebook é que os usuários possam actualizar as peças facilmente. O software baseado no sistema operacional Linux também garante mais liberdade de criação e desenvolvimento, e o carregamento por energia solar possibilita o uso em regiões que contam com redes de energia eléctrica. A Wawa, nome que pode ser traduzido para “criança” no idioma quíchua, comercializa o produto para ONGs peruanas por 799 sóis, aproximadamente 180€.

Carrasco diz que o desejo da empresa é que os jovens “possam criar através do Wawa laptop, que possam realizar todas as atualizações do produto”, e que “a ideia é que o aluno do terceiro ou quarto ano do ensino fundamental possa ter esse laptop. Que entre no ensino médio com o Wawa laptop 3.0 ou 4.0, e já na universidade o mantenha simplesmente fazendo o upgrade”. O preço estipulado para as melhorias corresponde a aproximadamente 20% do valor total do notebook, uma quantia razoável para tecnologias do tipo.

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