sábado, 2 de novembro de 2024

Mata Nacional do Bussaco vai ser a primeira floresta terapêutica da Península Ibérica

 


Pelos 105 hectares da propriedade a natureza revela-se a cada recanto. Com quase 400 anos de vida – foi em 1628 que aqui se instalaram os monges carmelitas descalços e começaram a plantar diversas espécies endógenas e exóticas - a Mata do Bussaco, Monumento Nacional, localizada no Luso, no concelho da Mealhada, guarda flora secular, que se traduz em elementos naturais como eucaliptos-gigantes, enormes sequoias ou o maior adernal do mundo.

Muitos podem ser apreciados durante o Trilho das Árvores Admiráveis, um dos diversos percursos da mata, dona de um património natural único. A variedade de espécies botânicas, as árvores classificadas e a água que se ouve correr em diversos pontos da mata são elementos singulares que motivaram a candidatura do espaço a floresta terapêutica.

A certificação é atribuída pelo Gabinete Internacional de Certificação de Florestas Terapêuticas e reconhece o esforço de preservação que tem sido feito neste local: "Pode ler-se, na entrada da Mata, com a Bula Papal, que é proibido cortar árvores. Só são tiradas após morrerem ou se acontecer alguma tempestade que faça com que elas saiam, mas até lá são protegidas, defendidas, e é por isso que algumas delas são tão frondosas e conferem estas características únicas à Mata", assegura Guilherme Duarte, presidente da Fundação Mata do Bussaco. O responsável refere-se à inscrição que replica a Bula Papal Urbano VIII, de 1643, nas Portas de Coimbra, uma das entradas para a mata: excomunga quem corte árvores ou cometa outro tipo de danos à mata. No local, detalha o responsável, já existem alguns percursos “terapêuticos ao longo da floresta, mas que serão ainda instalados alguns equipamentos, para acentuar esta característica dotando o espaço com melhores condições de fruição para os visitantes".

Tratam-se de "árvores únicas, de porte único, de exemplares únicos, que fazem deste espaço único e que permitirá, dentro do devido acompanhamento, tornar-se um espaço bom para a saúde pública, sendo o que nós queremos", esclareceu o presidente da Fundação, sobre o processo. "Só estamos a aguardar a tradução do diploma, já fomos notificados de que o processo estava concluído e que irá ser reconhecido internacionalmente. Na Península Ibérica, esta é a primeira floresta terapêutica", garantiu Guilherme Duarte.

O anúncio foi feito durante a apresentação do Guia de Ecoturismo do Turismo Centro de Portugal, que decorreu na passada quarta-feira, no Palace Hotel do Bussaco.

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