O papel higiénico – o único produto que a maioria das pessoas usa apenas uma vez e deita no lixo – está-se a tornar menos sustentável, de acordo com um estudo. A análise que foi feita na revista Ethical Consumer revelou que as principais marcas estão a usar menos papel reciclado do que acontecia em 2011. Apenas cinco dos nove grandes supermercados do Reino Unido oferecem papel higiénico reciclado de marca própria. O uso em larga escala de papel virgem contribui para o corte de árvores desnecessário. Os britânicos usam 1,3 milhão de toneladas de papel por ano, de acordo com a Confederation of Paper Industries. O consumidor médio britânico gasta em média 127 rolos anualmente. Mas a crescente tendência de “luxo” no papel higiénico de quatro camadas que também chegou a Portugal está a aumentar o uso de celulose virgem, num esforço para criar o produto mais macio, explica o estudo.
“Não há necessidade de cortar florestas para fazer papel higiénico, mas é exatamente isso que está a acontecer mesmo a nível global”, disse Alex Crumbie, investigador do Ethical Consumer. “Com a atenção do consumidor focada no plástico, algumas das grandes marcas desaceleraram e reverteram mesmo o uso de papel reciclado nos rolos de papel higiénico que produzem”. O estudo destaca a Kimberly-Clark, uma das maiores fornecedoras de papel higiénico em todo o mundo como uma das que está a seguir esta tendência pouco ecológica. A proporção de celulose reciclada usada pela empresa caiu ao longo dos anos. Em 2011, pouco menos de 30% do total de fibra utilizada foi reciclado, mas em 2017 esse número caiu para 23,5%. A sua marca Andrex que costumava oferecer uma gama reciclada e de bambu, foi descontinuada em 2015. Um relatório do Greenpeace de 2017 alertou que grandes partes da Grande Floresta do Norte da Suécia e a biodiversidade contida dentro dela, estavam sob ameaça da crescente procura da indústria madeireira por madeira virgem. O novo estudo sinaliza aos consumidores que os produtos químicos usados na produção de papel reciclado são muito menos tóxicos do que os usados para branquear a celulose virgem.
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