sábado, 3 de agosto de 2019

Portugal tem 372 milhões para combate às alterações climáticas


Até 2020 o governo propõe-se gastar 372 milhões de euros no combate às alterações climáticas, de acordo com o Programa de Ação para a Adaptação às Alterações Climáticas (P-3AC ) publicado em Diário da República. O documento, que vinha a ser preparado desde o ano passado – em Outubro de 2018 entrou em consulta pública – aponta para um horizonte de execução com objectivos de curto e médio prazo para 2020 e 2030 e pretende mobilizar vários instrumentos de financiamento, desde fundos comunitários ao Orçamento do Estado, nomeadamente através do Fundo Ambiental.

O Plano, lê-se no preâmbulo, "estabelece as linhas de acção e as medidas prioritárias de adaptação, identificando as entidades envolvidas, os indicadores de acompanhamento e as potenciais fontes de financiamento". O acompanhamento e monitorização ficará a cargo da Agência Portuguesa do Ambiente (APA).

As nove linhas de acção estabelecidas pelo Governo estão direccionadas para questões concretas, como sejam, o aumento da frequência e da intensidade de incêndios rurais; grandes ondas de calor e intensidade de períodos de seca e de escassez de água; aumento da susceptibilidade à desertificação; aumento da temperatura máxima e da frequência e intensidade de eventos de precipitação extrema; subida do nível das águas do mar, e aumento de frequência e da intensidade de fenómenos extremos que provocam galgamento e erosão costeiros.

O Sul da Europa e a Península Ibérica estão entre as regiões da Europa potencialmente mais afectadas pelas alterações climáticas e, de acordo com o recente relatório especial do Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas, os cenários climáticos mais gravosos para Portugal preveem que o aumento da temperatura pode chegar a +5ºC em 2100, particularmente durante o verão e no interior de Portugal.

Também os padrões de precipitação deverão registar alterações, com redução dos valores anuais em todo o território prevendo-se, para o final do século, perdas entre -10% e -50% na primavera, verão e outono. Em contrapartida, são esperados aumentos do número de eventos de precipitação extrema e há uma cada vez maior probabilidade de secas prolongadas.

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