quinta-feira, 31 de outubro de 2019

Tijolo é produzido a partir de plásticos retirados dos oceanos


A história não é de agora, mas os bons exemplos devem ser sempre relembrados. O plástico, por estar presente em diversos produtos que usamos em nosso dia a dia, pode ser considerado um dos grandes vilões quando falamos em descarte incorrecto de materiais. Ao invés de ser encaminhado à reciclagem, grande parte do material é enviado a aterros sanitários, indo parar também nos oceanos, causando danos severos ao meio ambiente.

Com o decorrer dos anos, os pedaços de plástico  fragmentam-se nos oceanos e, ao serem confundidos com alimentos, prejudicam a vida de todos os tipos de animais, desde seres microscópios até grandes peixes e aves. Para se ter ideia da gravidade do problema, segundo informações divulgadas no Fórum Económico Mundial de Davos, em 2050, é possível que os oceanos tenham mais resíduos de plásticos do que peixes.

Sabendo disto e pensando em uma forma de fazer a diferença, a start up ByFusion criou um tijolo ecológico desenvolvido a partir de todos os tipos de plásticos retirados dos oceanos. Uma máquina modular comprime os plásticos em blocos duráveis que, a princípio, foram configurados no formato de um bloco de cimento comum. Porém, segundo os fabricantes, o tijolo ecológico, que foi baptizado de Replast, pode ser personalizado em diferentes formas e densidades.

O Replast não precisa de colas ou adesivos, possui elevado isolamento térmico e acústico e, segundo a ByFusion, a sua fabricação emite 95% menos gases de efeito estufa (GHG) em comparação com um bloco de cimento. A máquina que produz os tijolos pode ser transportada em contêineres para qualquer lugar do planeta, o que facilita sua distribuição.

O tijolo ecológico vem sendo usado na construção de muros e barreiras de estradas, mas a empresa já está trabalhando para que o Replast possa ser usado na construção de casas e edifícios. 

sábado, 26 de outubro de 2019

Fábrica de papel de Viana investiu 150 milhões no ambiente em dez anos


A fábrica de papel de Viana do Castelo agregou investimentos de cerca 150 milhões de euros nas diversas áreas do ambiente – desde a produção com base em reciclados até à geração de energia eléctrica, num caminho que chegou às portas da economia circular.
A britânica DS Smith concluiu a compra da espanhola Europac em janeiro passado e os seus interesses nacionais, concentrados na que agora se chama DS Smith Paper Viana – depois de o organismo da Concorrência da União Europeia ter obrigado à venda da operação da Celulose de Ovar (e de mais duas pequenas empresas em França, que também eram da Europac) – tem vindo a inverter o ciclo pouco virtuoso da utilização de madeira na fabricação de papel.


Rios glaciares absorvem mais dióxido de carbono do que a Amazónia


Os rios glaciares no norte do globo absorvem dióxido de carbono mais depressa do que as florestas tropicais, como a Amazónia. A descoberta foi feita por um grupo de cientistas que recolheu amostras de água na ilha Ellesmere, no Canadá, nas Montanhas Rochosas da América do Norte e na Gronelândia, e recentemente publicada na revista científica Proceedings of the National Academy of Sciences, nos Estados Unidos da América.
Kyra St. Pierre, a bióloga da Universidade da Columbia Britânica, no Canadá, que liderou o projecto, admitiu ao The Guardian que a descoberta foi uma surpresa e que mudou o entendimento que se tinha dos rios enquanto fonte de emissões de dióxido carbono. “Conhecemos bem o estado dos glaciares a nível global, mas não sabemos muito sobre o degelo e o que acontece quando [a água] flui para os rios e lagos”, apontou.
Nos rios de temperaturas temperadas, existe grande abundância de material orgânico e consequentemente altos níveis de decomposição, o que faz com que a taxa de emissão de dióxido de carbono para a atmosfera seja superior à da absorção. Nos rios glaciares, por outro lado, onde as condições propícias à existência de vida são menores, os níveis de decomposição orgânica são menores, assim como os da emissão. O problema é que o gelo, quando derrete e entra na corrente de um rio, desencadeia um processo conhecido por meteorização química.
“À medida que os rios absorvem as partículas, estas começam a misturar-se com a água, onde também existem gases, incluindo dióxido de carbono. Esta mistura desencadeia estas reacções e junta todas estas partículas diferentes. E daí resulta um líquido que absorve o dióxido de carbono.” A equipa de S. Pierre descobriu que esta absorção está a acontecer numa área que se estende ao longo de 40 quilómetros desde as margens dos rios. Isto significa que, nos períodos de degelo mais acelerado, a água dos rios glaciares absorvem 40 vezes mais dióxido carbono do que a Amazónia.
Na opinião de Kyra St. Pierre, a descoberta oferece uma mensagem optimista, ao mostrar que existem formas desconhecidas através das quais o planeta regula as emissões de dióxido carbono. “Mostra o quão pouco sabemos sobre estes sistemas”, afirmou a bióloga.

quinta-feira, 24 de outubro de 2019

Vem aí um novo ecoponto (e vai ser castanho)


A partir de 2024 vai haver um novo caixote do lixo na rua. O novo ecoponto será castanho e servirá para reciclar o lixo doméstico

Já há quem o faça em casa: num caixote juntam todos os restos de comida e criam um composto orgânico para ser usado em jardins ou hortas. A estes caixotes chamam-se compostores e já existem em algumas zonas do país, para uso de restaurantes e indústrias.
É um depósito deste género que vai passar a estar disponível para todo os cidadãos: a ideia é que, depois de recolhido, este lixo de origem orgânica possa ser transformado em composto para ser vendido – tal como a energia elétrica gerada a partir desse processo de transformação.
Será a partir de janeiro de 2024 que se torna obrigatório, para todos os Estados-membros da União Europeia, ter um quarto contentor para a recolha seletiva do lixo. Será castanho e passará a estar nas ilhas urbanas de ecopontos ou entregue aos munícipes para a recolha porta a porta. O que deves lá pôr? Todos os resíduos biodegradáveis, sejam restos de alimentos ou de plantas de jardim.
De fora ficam, claro, os resíduos já encaminhados para ouras fileiras de reciclagem, e para o indiferenciado passam a ir apenas os resíduos sanitários e os dejetos dos animais de companhia.

Eles criaram paletes de coco que podem economizar 200 milhões de árvores por ano


Coqueiros são essenciais para a vida na Índia peninsular. Eles usam-nos para fazer itens para a casa e até mesmo para as suas criações culinárias. Mas, apesar de ser imprescindível para a comunidade, também gera uma grande quantidade de resíduos que acabam nas ruas, cobrindo inclusive a drenagem e contribuindo com a poluição do ar quando a queimam. É um problema sério.
Mesmo o governo local não cuidou do problema, mas um projecto poderia ajudar, usando os restos de coco para uma causa positiva.
CocoPallet faz paletes de transporte 100% biológicas da casca de coco, que substitui as de madeira. O lado positivo desta iniciativa é que impede a derrubada de árvores e o transporte de milhões de árvores.
1.700 milhões de paletes de madeira são produzidas anualmente para os exportadores asiáticos, causando o uso desnecessário de aproximadamente 200 milhões de árvores por ano, de acordo com o projecto no seu site. Definitivamente, essas árvores podem ser salvas.
Este projecto não requer tratamentos prejudiciais e caros. Os paletes contêm apenas fibras naturais e lignina, sem resinas sintéticas. Além disso, sua produção gera renda adicional para os agricultores locais.
Michiel Vos, fundador do projecto, improvisou com a tecnologia desenvolvida por pesquisadores da Universidade de Wageningen. Ele desenvolveu a ideia e completou o negócio.
A Ásia produz mais de um bilhão de paletes por ano. Eles exigem madeiras moles que importam do Canadá, Nova Zelândia ou Europa Oriental em larga escala. Isso é sinonimo de exportar florestas inteiras para a Ásia, o que gera um enorme custo de transporte, sem contar no impacto ao meio ambiente.

Ruas de Aljezur vão ter energia mais amiga do ambiente


Ao abrigo do contrato com a EDP, a autarquia de Aljezur informou que está a substituir as luminárias de várias ruas e zonas de Aljezur, nomeadamente as do Bairro 25 de Abril, da Rua Dom Manuel I, da Rua das Ceifeiras e da Rua 29 de Agosto, por luminárias de tecnologia LED.
 
Para a edilidade, está-se a proceder «à substituição da tecnologia mais antiga, dispendiosa e menos amiga do ambiente, por uma tecnologia mais económica e mais amiga do ambiente».
 
O objectivo é a substituição, em várias zonas do Concelho, por energia mais limpa, e que reduz, não somente a pegada ecológica como os custos de consumo.

Escuteiros plantam 500 árvores na Serra da Estrela


Quinhentas árvores vão ser plantadas, no sábado, 26 de Outubro, no Parque Natural da Serra da Estrela, por escuteiros adultos, no âmbito de um projecto ambiental da associação Fraternidade de Nuno Álvares (FNA). A acção vai ser desenvolvida numa área da freguesia de Fernão Joanes, no concelho da Guarda, destruída por um incêndio florestal em 2017.

A actividade nacional de voluntariado ambiental deverá contar com a participação de cerca de 70 pessoas, entre escuteiros adultos (com idades a partir dos 26 anos), elementos do Corpo Nacional de Escutas, do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) e da equipa de Sapadores Florestais de Fernão Joanes.

Segundo João Paulo Pinto, presidente do Núcleo da Guarda da FNA, os escuteiros adultos que participam no evento “são oriundos de todo o país” e também dos núcleos da Guarda, Covilhã, Teixoso, Tortosendo e Fundão.

Durante a acção, com início pelas 9h, a organização espera plantar cerca de 500 árvores da espécie carvalho negral, fornecidas pelo ICNF, numa zona de baldio da freguesia de Fernão Joanes, Guarda, na área do Parque Natural da Serra da Estrela.

A FNA, fundada em 1955, é uma associação de escuteiros adultos, constituída por antigos filiados do Corpo Nacional de Escutas, e tem por fins, entre outros, o serviço voluntário ao próximo, bem como a protecção da Natureza e do meio ambiente. “Neste âmbito, ao longo de cada ano várias são as actividades desenvolvidas a nível nacional e regional. Uma das actividades nacionais é concretizada, anualmente, no Parque Natural da Serra da Estrela”, explica João Paulo Pinto.

“Esta actividade, realizada de forma ininterrupta desde 2010, apela ao voluntariado ambiental de matriz da reflorestação e conservação da natureza e pretende deixar uma intervenção local com a ajuda de todos”, diz. “Posteriormente, é feito um acompanhamento das plantas e das espécies que estamos a plantar. Normalmente, visitamos regularmente os locais.”

O programa da actividade nacional de ambiente da FNA a realizar no concelho da Guarda inclui iniciativas no sábado e no domingo. No sábado, para além da acção de reflorestação, os participantes vão realizar um percurso pedestre pela rota da transumância, na área da Freguesia de Fernão Joanes, e visitar o Museu da Tecelagem, na vizinha aldeia de Meios.

Agricultura biológica já ocupa 7% das terras agrícolas em Portugal


Segundo avança o "Vida Rural", em Portugal, 7% das terras agrícolas já são cultivadas em modo de produção biológica, uma percentagem que está em linha com a média europeia, de acordo com dados divulgados pelo gabinete de estatística da UE, o Eurostat.
Segundo os dados Portugal surge à frente de países como a Alemanha (6,8%) ou França (6%), mas está ainda aquém da Áustria (23,4%), da Estónia (19,6%) e da Suécia (19,2%).
No conjunto do espaço comunitário, a área dedicada à agricultura biológica, em 2017, era de 12,6 milhões de hectares, mais 25% do que em 2012. Em Portugal, há 253,7 mil hectares dedicados à produção agrícola biológica, mais 26,4% que em 2012.


sexta-feira, 18 de outubro de 2019

Ministério do Ambiente fica com a tutela das florestas


As florestas vão deixar de estar sob a alçada do Ministério da Agricultura e passam para o Ministério do Ambiente, que na próxima legislatura substitui a Transição Energética pela Acção Climática. Assim, João Pedro Matos Fernandes, passará a ser, no novo Executivo, ministro do Ambiente e da Acção Climática.
A pasta das florestas estava, até aqui, nas mãos do Ministério da Agricultura, que deixa de estar sob a tutela de Capoulas Santos para passar a estar nas mãos da nova ministra da Agricultura, Maria do Céu Albuquerque. Já a área do Desenvolvimento Rural deverá passar para a tutela da pasta agora criada da Coesão Territorial, da qual Ana Abrunhosa será ministra.
A criação do Ministério da Acção Climática foi uma proposta que o Bloco de Esquerda apresentou no seu programa eleitoral para as legislativas de 6 de outubro. João Pedro Matos Fernandes manterá assim a tutela de áreas como o ambiente, energia, mobilidade e transportes e a conservação da natureza, a que vão agora somar-se as florestas.

Projecto que aproveita cascas de ananás vence prémio da Agência Nacional de Inovação


Das cascas de ananás ao desperdício zero: o projecto AgroGrIN Tech, da Escola Superior de Biotecnologia (ESB) da Universidade Católica Portuguesa, no Porto, acaba de vencer o concurso Born From Knowledge Ideas, uma iniciativa da Agência Nacional de Inovação. 
O concurso, que distingue as ideias de negócio provenientes de instituições de ensino superior, permite o acesso a um programa de aceleração de Ciência e Tecnologia.
A este nível, refira-se que o projecto AgroGrIN Tech, desenvolvido pela investigadora Débora Campos e coordenado por Manuela Pintado, investigadora e directora do Centro de Biotecnologia e Química Fina (CBQF), será submetido a um processo de aceleração corporativo, transformando a ideia de negócio num produto.
O AgroGrIN Tech é um processo patenteado que permite a valorização a 100 por cento dos resíduos das indústrias de processamento de fruta. Esta solução, desenvolvida com base nos resíduos do ananás, permite a extracção dos desperdícios de ingredientes de alto valor económico – como enzimas, vitaminas e polifenóis –, potenciando a economia circular e a redução drástica dos desperdícios industriais.
Esta tecnologia permite, assim, a inclusão na cadeia alimentar de ingredientes naturais e saudáveis, possibilitando ao consumidor fazer escolhas nutricionais mais conscientes.
De destacar, ainda, do ponto de vista económico, que a incorporação desta tecnologia diminui desperdícios e aumenta margens de lucro, criando novas fontes de receita através dos novos ingredientes. De acordo com a investigadora Débora Campos, a atribuição deste prémio e a inclusão da iniciativa no acelerador Born From Knowledge Ideas «vem dar uma grande visibilidade ao projecto», capitalizando a confiança no potencial comercial deste processo.
Existe já um trabalho desenvolvido na empresa Nuvifruits, que gera todos os anos 385 toneladas de desperdício. A transformação de casca de ananás em produtos como enzimas ou farinhas, que podem depois ser vendidos ao sector da produção da carne e a outros, permitiria à empresa um retorno de 1 milhão de euros.

quarta-feira, 16 de outubro de 2019

O impacto dos Maias no ambiente foi maior do que se pensava


Uma nova investigação, levada a cabo por uma equipa de cientistas da Universidade do Texas, em Austin, prova que os Maias deixaram certas características agrícolas em áreas húmidas.
O artigo científico, publicado recentemente na PNAS, aponta que a civilização aumentou o dióxido de carbono atmosférico e o metano devido às queimadas e aos eventos agrícolas que praticavam na altura.
Os cientistas já sabiam que as infraestruturas urbanas e rurais da civilização Maia alteravam os ecossistemas em florestas tropicais. No entanto, no primeiro estudo – que combinou imagens de LIDAR (deteção e alcance de luz) com evidências de escavação e datação de áreas húmidas -, os investigadores descobriram que o complexo de campos húmidos Birds of Paradise, no Belize, é cinco vezes maior do que o descoberto anteriormente. Além disso, encontraram um complexo ainda maior no mesmo país.
Estas descobertas apontam para “impactos antropogénicos, mais intensos e de maior alcance em florestas tropicais de importância global” por parte da civilização Maia. Esta evidência indica um Antropoceno anterior mais extenso, nomeadamente um período em que a atividade humana começou a afetar significativamente o meio ambiente.
Em comunicado, citado pelo Europa Press, Tim Beach, principal autor do artigo científico, adianta que a equipa está “a começar a entender a pegada humana do Antropoceno nas florestas tropicais”.
“Estas redes de grandes áreas húmidas podem ter mudado o clima muito antes da industrialização, e podem ser a resposta para a longa questão de como uma grande civilização da floresta tropical foi alimentada”, rematou o cientista.

Matos Fernandes segue no Ambiente, agora com Acção Climática


João Pedro Matos Fernandes mantém-se como ministro do Ambiente no novo governo anunciado, mas num Ministério que muda o nome para Ambiente e Ação Climática.
Na composição do novo executivo de António Costa, Matos Fernandes é um dos repetentes, já que esteve no anterior Governo desde o início do mandato, primeiro como ministro do Ambiente, de novembro de 2015 a outubro de 2018, e depois como ministro do Ambiente e da Transição Energética, no último ano.

Antes de substituir o social-democrata Jorge Moreira da Silva faz em novembro quatro anos, João Pedro Matos Fernandes era presidente da empresa Águas do Porto, depois de ter gerido o porto de Nacala, em Moçambique.
Matos Fernandes, natural de Águeda, é licenciado em engenharia civil, pela Universidade do Porto, e concluiu em 1995 o mestrado em Transportes no Instituto Superior Técnico.
Antes de ser ministro, João Pedro Matos Fernandes já tinha passado por cargos políticos na área do Ambiente, tendo sido adjunto do secretário de Estado dos Recursos Naturais entre 1995 e 1997 e chefe de gabinete do Secretário de Estado Adjunto da Ministra do Ambiente entre 1997-99.
Professor em várias universidades, foi Vogal do Conselho da Administração dos Portos do Douro e Leixões entre abril de 2005 e maio de 2008 e Presidente do Conselho de Administração da Administração dos Portos do Douro e Leixões entre abril de 2008 e maio de 2012. Foi Presidente do Conselho de Administração da Administração do Porto de Viana do Castelo de janeiro de 2009 até maio de 2012.
Os últimos quatro anos de governo na pasta tutelada por Matos Fernandes ficam marcados por medidas para fazer face ao aquecimento global e implementar uma economia circular. Pontifica nomeadamente a apresentação de um roteiro para que Portugal seja neutro em emissões de dióxido de carbono em 2050. Foi o primeiro país do mundo a fazê-lo.
Numa altura em que mundialmente o ambiente e as alterações climáticas ganham protagonismo, da área de Matos Fernandes saiu legislação sobre eficiência energética, ordenamento do território, mobilidade, economia "verde" e "azul", gestão de lixo ou de água, entre outras.

Portuguesa com missão de poupar água ganha prémio de inovação europeu


Desde que se lembra de ser gente que a portuense Sara Guimarães Gonçalves adora a natureza e a agricultura muito graças aos pais, que do centro do Porto passaram a ter uma quinta para mostrar a natureza aos filhos. Aos 25 anos, a engenheira agrónoma juntou duas paixões na startup Trigger Systems, agricultura e tecnologia, de que é cofundadora.
Em Budapeste, a jovem que estava nomeada para o EIT Woman Award, venceu mesmo, no evento de distinções (INNOVEIT) daquela que é a instituição de inovação da União Europeia, o EIT (European Institute of Innovation & Technology). O prémio, além do reconhecimento, ainda atribuiu à jovem portuguesa 20 mil euros. De que forma os irá usar? “Poderiam ser para mim, mas estava a pensar usar na empresa, porque quero desenvolver uma tecnologia a pensar nas vacas, uma espécie de cercas virtuais para substituir as cercas físicas”, explicou-nos Sara.
Depois de um pitch em palco perante investidores, políticos, comissários europeus e jornalistas, Sara Guimarães Gonçalves tornou-se a primeira portuguesa a vencer um dos prémios do EIT. Após a vitória deu entrevistas a vários meios europeus, dando visibilidade europeia ao projeto, algo que promete ajudar nos desejos de internacionalização já para 2020. A sua startup foi criada em 2017, depois de um professor a ter colocado em contacto devido ao seu perfil com Francisco Manso, outro engenheiro agrónomo, 20 anos mais experiente. Da ideia de juntar o melhor da tecnologia na agricultura para reduzir o desperdício de água até à criação da empresa foi um pequeno passo.
O apoio inicial da Portugal Ventures fez a diferença e, mais tarde, o próprio EIT também investiu na empresa especializada na Internet das Coisas para a agricultura, que já tinha amealhado 700 mil euros de investimento (tem ainda um terceiro parceiro) e nos últimos dias contou com mais 300 mil, superando o milhão de investimento.
Os serviços que disponibilizam – só este ano é que ficaram com um produto final – são já usados em jardins e na agricultura (a Câmara de Lisboa ou do Fundão já estão a usar) permitem optimizar até 50% nos consumos de água e energia, isto sem serem precisos sensores, mas usando isso sim sistemas de previsão para que a distribuição de água seja eficiente. A aposta é assim entre o sector agrícola e nos jardins urbanos.
Considerando que 70 por cento da água usada é para agricultura, e 50% pode ser salva a empresa espera crescer e tem tido já contactos de gigantes do sector agrícola interessados nos sistemas que são desenvolvidos na sede da empresa, no Fundão. O objectivo em 2020 é o de ter dois milhões de euros em receitas e passar a ter clientes em Espanha e em França.

quinta-feira, 10 de outubro de 2019

Abraçar árvores pode ajudar a combater depressão, dor de cabeça, hiperactividade e déficit de atenção.



Se achou que abraçar árvores era coisa daquele seu amigo hippie que parece estar sempre meio desligado do mundo, pode repensar isso agora mesmo. Ao que tudo indica, esse contacto com a natureza pode ajudar a combater uma série de problemas de saúde.


O assunto foi tema do livro “Blinded by Science”, do empreendedor Matthew Silverstone, que explica na publicação como o acto de abraçar uma árvore pode impactar a saúde humana. Para compor o livro, Matthew realizou uma série de experiências com a ajuda do seu filho, que sofria de uma doença grave e teria sido curado com a sua ajuda.
Segundo ele, a relação do corpo humano ao ter contacto com as árvores seria uma questão de vibração que afectaria todo o nosso sistema biológico através do toque. Segundo ele, essa vibração ajudaria a melhorar a saúde e tratar doenças comuns que vão desde dores de cabeça até problemas mais graves, como depressão, hiperatividade e déficit de atenção.
Embora essa influência não tenha sido cientificamente provada até hoje, as experiências de Matthew são um indício de que o contacto com a natureza pode trazer diversos benefícios ao corpo humano. 

quarta-feira, 9 de outubro de 2019

Braga é a 1ª cidade do país a integrar plataforma de avaliação das cidades verdes da Comissão Europeia


Braga é a primeira cidade portuguesa no Green City Tool, plataforma da União Europeia que permite a avaliação das políticas implementadas no âmbito do desenvolvimento sustentável e da qualidade de vida dos cidadãos europeus.
A Comissão Europeia lançou esta iniciativa de modo a constituir uma ferramenta de avaliação e benchmarking para as cidades europeias. Esta iniciativa consiste numa fonte de informação e de consulta para todas as cidades que desejam desenvolver mais conhecimento e partilha sobre como se podem tornar mais verdes e sustentáveis.
Para tal, a ferramenta possui vários recursos flexíveis permitindo às cidades demonstrarem os seus desenvolvimentos nos 12 tópicos disponíveis e comparar os seus resultados com outras cidades europeias, incluindo cidades que manifestaram o seu interesse em se candidatarem à Capital Verde Europeia ou ao Green Leaf Winner.
O processo de avaliação das cidades passa por uma pontuação de 1 a 10 em cada tópico exigido pela plataforma, nomeadamente: Qualidade do Ar, Mobilidade, Energia, Adaptação às Alterações Climáticas, Natureza e Biodiversidade, Ruído, Governança, Água, Mitigação às Alterações Climáticas, Inovação e Crescimento Verde, Uso do Solo e Resíduos.

Prémio Nobel da Química para o desenvolvimento das baterias de lítio


O prémio Nobel da Química foi atribuído, esta quarta-feira, a John B. Goodenough, da Universidade do Texas (Austin, Estados Unidos), M. Stanley Whittingham, da Universidade Binghamton (Universidade Estatal de Nova Iorque) e Akira Yoshino, da Universidade Meijo e Asahi Kasei Corporation (Japão) pelo desenvolvimento das baterias de lítio, um trabalho que começou já nos anos 1970, mas que mudou a sociedade para sempre.

O desenvolvimento desta tecnologia é considerada uma revolução técnica, porque os laureados tiveram de ultrapassar vários desafios químicos para permitir que os iões de lítio pudessem viajar de um lado para o outro na bateria de forma durável. Mais do que isso, as baterias de lítio podem ser recarregadas. Actualmente, temos baterias de lítio em vários tipos de tecnologia, dos pacemakers aos telemóveis e aos carros elétricos. Além disso, as baterias de lítio são capazes de armazenar energia, nomeadamente a que é produzida por fontes renováveis.
O lítio é um elemento pequeno e leve, o que permite “empacotar” uma grande quantidade de átomos numa bateria, também ela, pequena e leve. E é extremamente reativo, o que representa simultaneamente uma vantagem e desvantagem. O grande desafio para os laureados foi conseguir ter uma bateria estável com um elemento tão reactivo.

quinta-feira, 3 de outubro de 2019

Jovens mexicanos criaram a primeira pele orgânica feita de cacto.


Dois jovens mexicanos, Adrián López e Marte Cázarez, apresentaram a sua invenção inovadora. Esta é a Lineapelle, a primeira pele orgânica feita com cacto. Adeus ao couro animal.

Lineapelle é um tecido criado a partir da mistura de cacto e algodão. Existem em diferentes espessuras, é respirável e dura 10 anos. Pode ser usado em moda, móveis, artigos de couro e até na indústria automotiva.
Há pessoas que procuram lucrar com animais de estimação. Eles os vêem como um objecto de dinheiro e não se importam com a dor que podem causar neles. De certa forma, a indústria da moda também participa dessa tendência . Devemos impedir que isso aconteça. Criar novas alternativas materiais para empresas comerciais é uma óptima ideia, como a seguir.
A ideia surgiu quando eles procuravam uma maneira de fazer um tecido ecológico que não fosse extraído desses seres indefesos. Levaram dois anos para torná-lo realidade , disseram ao El Heraldo de México.
“Essa inovação mexicana levou dois anos, já que Adrián López e Marte Cazárez acalentaram a ideia de criar uma pele amigável ao meio ambiente, mas ao mesmo tempo não foi extraída dos animais, respirável e durável por pelo menos uma década”.
Marte Cázarez revelou os múltiplos benefícios do cacto de pera espinhosa na indústria cosmética . Eles foram os primeiros inícios de Lineapelle.
“O cacto possui muitas propriedades cosméticas: para shampoo, creme, entre outras. Então, dissemos: ‘Se é bom para a pele, por que não criar pele?’ E foi assim que a ideia nasceu no começo.”
Por outro lado, Adrián López comentou que este produto é característico do México. O seu cultivo é muito económico e não requer muito cuidado Embora tenham sido considerados loucos, nunca abandonaram o seu projevto.
“O México tem potencial para inovar e, com nopal, que é o símbolo do país.
Muitas pessoas nos disseram que eramos loucos. Até nossos engenheiros disseram que isso não poderia ser feito. Dissemos: ‘Como não? Estamos no México, somos mexicanos. Que matéria-prima existe para explodir?
Este produto cresce por si só, não precisa de muita irrigação e não gasta muita água. Foi aí que começamos a fazê-lo e, após vários testes, conseguimos especificar um material resistente.”

quarta-feira, 2 de outubro de 2019

Neutralidade carbónica exige mais do que triplicar imposto sobre CO2


Portugal emite actualmente mais de 70 milhões de toneladas de gases de efeito estufa, mas o objectivo é que até 2030 o volume de emissões baixe para cerca de 40 milhões. Para lá chegar, será preciso implementar um imposto que ponha o preço do carbono nos 114 euros por tonelada, defende um estudo sobre o impacto das taxas sobre o CO2 dos economistas Alfredo Marvão Pereira e Rui Marvão Pereira.
O valor representa mais de três vezes a taxa mais elevada aplicada sobre emissões poluentes em Portugal. Atualmente, o carbono emitido em sectores como a produção de energia encontra preços acima dos 25 euros por tonelada no mercado de emissão de licenças europeias. Já a única taxa de carbono que existe no país, associada ao imposto sobre os produtos petrolíferos e energéticos, cobra um máximo de 39,44 euros a cada tonelada de fuelóleo usado na aviação, baixando para os 28,94 euros por mil litros no caso da gasolina.
O estudo que propõe a subida aos 114 euros, publicado nesta semana pelo Gabinete de Estratégia e Estudos do Ministério da Economia, procura quantificar os possíveis impactos de haver uma taxa única sobre o dióxido de carbono, que também contribua para a redução de outros poluentes associados, ou de taxar isoladamente cada substância, como metano, amoníaco ou micropartículas, com base nos custos que estas representam.
A opção mais eficaz, conclui, será a primeira. Os modelos de simulação utilizados pelos autores permitem concluir que a taxa única proposta tem capacidade para reduzir emissões de dióxido de carbono em 36,02%, arrastando também emissões de metano, óxido nitroso e outras.
A dimensão da medida mexe com a economia como um todo, dos preços da energia ao nível de desemprego. Efeitos que, para os autores, têm de ser levados em conta. "As preocupações com os efeitos macroeconómicos e de distribuição das políticas ambientais e a procura por parcimónia na escolha dos instrumentos são inevitáveis se há alguma esperança de políticas significativas serem alguma vez adotadas."
O impacto previsto para o produto interno bruto (PIB) é de uma redução de 5,21%, por efeito de perdas no emprego calculadas em 2,71%, e de um corte no investimento de 1,33%, além de uma diminuição de 1,21% no consumo privado.
O estudo vê os preços da energia subirem 13,91%. A taxa de carbono proposta fará o índice de preços no consumidor avançar 2,32%, segundo os cálculos apresentados. E fará também aumentar o endividamento externo em 3,7%, com o país a ficar mais dependente de importações.
Por outro lado, o nível de imposto apresentado pelos autores resulta em receitas fiscais no valor de 1,85% do PIB e permite antecipar uma redução da dívida pública da ordem dos 12,66%.
Já a opção por taxar cada poluente de acordo com os custos que representa - de efeitos na mortalidade a danos em edifícios ou em culturas agrícolas - resultaria em apenas um terço dos custos para a economia em comparação com uma única taxa sobre as emissões de CO2. Mas a redução de emissões seria bastante menor, apenas 60% das conseguidas com a taxa de 114 euros por tonelada de carbono.
Os custos económicos associados a qualquer uma das opções não têm, no entanto, em conta a possibilidade de as receitas arrecadadas serem usadas para contrariar o impacto negativo do imposto. Os autores assumem no estudo que os valores revertem, simplesmente, para os cofres públicos. "Há, no entanto, bastantes indícios de que uma reciclagem cuidadosa destas receitas é necessária de forma a evitar efeitos macroeconómicos e de distribuição adversos de taxar o carbono", alertam.

Influência do Homem nas alterações climáticas posta em causa por climatologista

As alterações climáticas e o aquecimento global podem ser menos prejudiciais e rápidas do que o anunciado e a intervenção humana teve e terá pouca revelância, adnite a climatologista norte-americana Judith Curry num livro hoje publicado.

Climatologista com 40 anos de investigação e experiência, vários prémios internacionais e colaboração com a NASA, Judith Curry já fez parte do Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas (IPCC, na sigla original) mas vê hoje o organismo da ONU com desconfiança e diz que hoje uma hipótese (aquecimento global causado pelo homem) passou a teoria dominante, proibindo outras hipóteses e prejudicando a investigação.
"Alterações climáticas, o que sabemos, o que não sabemos" é o nome do livro, a partir de hoje à venda em edição bilingue e em todo o país pela mão da editora "Guerra e Paz". E na imprevisibilidade do clima o que não sabemos é infinitamente maior, diz a escritora.
Judith Curry, que integrou o IPCC até 2010 e que nos últimos anos critica o pensamento de grupo e a construção forçada de consensos na instituição, contesta a ideia de que seja a ação humana a principal causa do aquecimento global.
É verdade, diz no livro, que a temperatura do planeta tem vindo a aumentar. É verdade também que a ação humana lança dióxido de carbono (CO2) para atmosfera e que este tem efeitos no aquecimento do planeta.
Mas já não será tão verdade que o aquecimento seja dominado pelo fator humano, que se possa prever quanto é que o planeta vai aquecer, que se possa dizer o quanto isso é perigoso, ou que se possa dizer que reduzir drasticamente as emissões de CO2 faz parar o aquecimento.
Judith Curry, presidente do "Climate Forecast Applications Network", insiste no livro que faltam informações para que se possa entender a variabilidade climática, diz que há um esforço no consenso de que o ser humano causou as alterações climáticas, e frisa que não há provas suficientes de tal.
Mas também não há provas, diz, de que um aumento das temperaturas superior a dois graus (número que tem servido de meta para os cientistas) seja catastrófico.
Os dois graus "são usados para motivar a urgência das ações para reduzir as emissões de CO2". E quando se diz que é agora que o ser humano tem de agir a autora responde no livro que "a janela de oportunidade pode permanecer aberta por um período de tempo considerável", além de que há estudos que indicam que o aumento de dois graus não acontece neste século.
"Entre as maiores preocupações sobre as alterações climáticas estão os seus impactos em eventos extremos como cheias, secas, ondas de calor, incêndios florestais e furacões. No entanto, são poucas as provas de que o recente aquecimento tenha agravado tais eventos", diz a autora, referindo que na década de 1930 a seca e o calor atingiram valores recorde em algumas zonas dos Estados Unidos.
Em resumo, diz, muitos eventos meteorológicos extremos fazem parte da variabilidade climática natural. Mas a reação a ameaças catastróficas pode causar mais danos do que benefícios, avisa a climatologista.
E acrescenta: "É possível que algo verdadeiramente perigoso e imprevisível possa acontecer com o clima da Terra durante o século XXI? Sim, é possível, mas a variabilidade natural do clima (incluindo processos geológicos) poderá ser uma fonte mais provável de possíveis alterações indesejáveis do que o aquecimento causado pelo Homem. Em qualquer caso, tentar evitar um clima tão perigoso e imprevisível através da redução das emissões de combustíveis fósseis será inútil se o clima natural e os processos geológicos forem fatores dominantes".
No entender da climatologista, mesmo que as emissões de CO2 parassem todas agora o impacto no clima só seria percetível no final do século e benefícios só seriam sentidos no século XXII.
"A tentativa de usar o dióxido de carbono como botão de controlo para regular o clima em escalas temporais de décadas a séculos é provavelmente inútil", avisa, acrescentando que tal não quer dizer que não faz sentido abandonar os combustíveis fósseis.
O que não faz sentido é uma ameaça futura de alterações climáticas provocadas pelo Homem, "que não parece ser existencial" no século XXI, "mesmo na sua encarnação mais alarmante".
Mas a verdade, diz ainda, é que ver essas alterações como "o apocalipse a curto prazo", alinhado com outros objetivos sociais, estreita as opções das políticas que os países estão dispostos a considerar.

terça-feira, 1 de outubro de 2019

Bruxelas quer aumentar vida útil dos electrodomésticos. Há novas regras de reparação


A Comissão Europeia adoptou esta terça-feira regras para tornar os electrodomésticos mais fáceis de reparar, reciclar, com menos consumo de energia para prolongar a sua vida útil, apontando poupanças nas emissões de gases poluentes.

Frigoríficos, máquinas de lavar louça e roupa, televisões e monitores, fontes de alimentação, motores eléctricos, frigoríficos de venda ao público, transformadores e máquinas de soldar são os produtos que a partir de 2021 terão que estar no mercado com as novas regras.

Entre elas, a garantia de haver peças de substituição durante prazos mínimos de sete a dez anos após a compra, de poderem ser entregues com rapidez e de poderem ser montadas sem a necessidade de ferramentas especiais ou sem o risco de danificar o equipamento durante a reparação.

O responsável pela pasta do Emprego, Crescimento, Investimento e Competitividade europeu, Jyrki Katainen, afirmou que as medidas “podem poupar aos lares europeus uma média de 150 euros por ano e contribuir para uma poupança de energia equivalente ao consumo total anual da Dinamarca em 2030”.

Essa poupança evitará a emissão para atmosfera de 46 milhões de toneladas de gases como dióxido de carbono, um contributo para “uma União Europeia completamente descarbonizada em 2050”.

Foto: NFACTOS/Fernando Veloso

Portugal está a consumir mais água do que deve


No relatório sobre a "Vulnerabilidade de Portugal à Seca e Escassez", a ANP/WWF frisa que os ecossistemas aquáticos saudáveis são os melhores aliados para enfrentar o aumento das temperaturas e menos chuvas, pelo que preservá-los deve ser "uma prioridade".

Chama ainda a atenção para as crescentes "situações estruturais de escassez" de água, especialmente no sul do país. Cenário que pode agravar-se.

país não pode gerir a falta de água com reacções a emergências quando há secas, mas tem de se focar na redução de consumos e aumento da eficiência no uso da água, frisa a ANP/WWF, salientando que "conservar e reabilitar ecossistemas aquáticos saudáveis é a primeira arma de defesa contra os impactos das alterações climáticas".

No relatório, a associação propõe que os empresários integrem a gestão da água na cadeia de valor da empresa e que diversifiquem os abastecimentos, incluindo reutilização de águas residuais.

Aos decisores políticos sugere que também diversifiquem as origens de abastecimento, fomentem a eficiência de regadios e condicionem a atribuição de subsídios agrícolas ao bom uso da água. E aos cidadãos que reduzam os consumos em permanência e optem por consumir produtos de reduzida pegada hídrica.
Gestão preventiva na Península Ibérica
A ANP/WWF, em conjunto com a WWF de Espanha, divulgam também esta terça-feira um comunicado conjunto no qual reforçam que os governos da Península Ibérica devem adotar "uma gestão preventiva das secas", em detrimento da atual "gestão reativa baseada em medidas urgentes e isenções excepcionais".


As duas organizações salientam a necessidade de se apoiar uma cultura de poupança e uso eficiente da água que se estenda a todos os utilizadores.
Armazenamento desceu em setembro
quantidade de água armazenada desceu em setembro em todas as bacias hidrográficas, tal como já tinha sucedido em agosto, segundo dados do Sistema Nacional de Informação de Recursos Hídricos (SNIRH).

No último dia do mês de setembro e comparativamente ao último dia do mês anterior, verificou-se uma descida do volume armazenado de água em todas as bacias monitorizadas pela Associação Portuguesa Ambiente.

Das 59 albufeiras monitorizadas, 26 apresentaram disponibilidades hídricas inferiores a 40 por cento do volume total e quatro superiores a 80 por cento.

bacia do Sado (28,1 por cento) era a que apresentava no final de setembro menor disponibilidade de água, seguido do Barlavento (34,4 por cento), do Ave (40,5 por cento), Arade (41,8 por cento ), Oeste (41,9 por cento), Mira (47,9), Lima (52,5 por cento ) e Tejo (58,8 por cento).

As bacias do Cávado (64,3), Douro (62,8 por cento), Mondego (62,7 por cento) e Guadiana (62,5 por cento) tinham os níveis mais altos de armazenamento no final de setembro.

Os armazenamentos de setembro de 2019 por bacia hidrográfica apresentaram-se inferiores às médias de setembro (1990/91 a 2017/18), exceto para as bacias do Cávado, Ribeiras Costeiras, Douro, Mondego e Arade.

A cada bacia hidrográfica pode corresponder mais do que uma albufeira.

Foto: 

Alentejo é o melhor lugar do mundo para ver as estrelas


No Alentejo, o céu do Alqueva é uma área protegida e certificada internacionalmente, registada como uma reserva Dark Sky, ou Starlight Tourism Destination, que se estende por uma área de 10.000 quilómetros quadrados em redor do grande Lago Alqueva.
O Alqueva, é o primeiro sítio do mundo a ser certificado pela Starlight Foundation como um “Starlight Tourism Destination”. Esta certificação, concedida pela Fundação Starlight, é apoiada pela UNESCO, UNWTO e IAC. Hoje em dia, o Dark Sky® Alqueva inclui áreas de conselhos portugueses e espanhóis, tornando-se também o primeiro Destino Starlight Transfronteiriço do Mundo, provando que o céu não tem fronteiras nem limites de qualquer tipo.
Destinos Starlight são lugares que têm poluição luminosa muito baixa, onde os visitantes podem desfrutar de oportunidades únicas e inigualáveis ​​para ver o céu noturno. Em grande parte da Europa, cada vez menos pessoas conseguem ver a galáxia com clareza devido ao aumento da poluição luminosa, mas em Alqueva, as excelentes condições atmosféricas e clareza tornam possível aos visitantes desfrutarem das estrelas durante a maior parte do ano. Além disso, o Alqueva é uma região única, muito rica em património cultural e natural. Seus restos megalíticos fornecem uma ligação com civilizações passadas que observaram e responderam aos movimentos celestes. É uma região de pequena aldeia pitoresca que proporciona ao visitante uma gama de atividades para preencher os dias e as noites.
A iniciativa da Rota Dark Sky Alqueva fornece um foco para essas atividades, proporcionando oportunidades para observação de pássaros, caminhadas, passeios a cavalo, observação da vida selvagem, canoagem, passeios de balão, Yoga, jantares à beira do lago, atividades infantis e, claro, observação de estrelas. É um lugar memorável para desfrutar de todas as maravilhas visuais que a galáxia pode oferecer aos observadores em qualquer nível de conhecimento. Telescópios e binóculos são disponibilizados como parte da rota, juntamente com cursos práticos e orientação em observação de estrelas.
As unidades de turismo em espaço rural fornecidas pela Rota Dark Sky, foram adaptadas para atender às necessidades especiais dos astroturistas, incluindo desde refeições tardias a levar merendas para o exterior, ou mesmo a ter uma ceia preparada para quando chegar. As reservas podem ser feitas através do nosso site ou formulário de contacto.
A certificação cobre uma área de 10.000 quilómetros quadrados em redor do grande Lago Alqueva, incluindo as áreas dos concelhos portugueses e espanhóis. Com a qualidade do céu já certificada em nove concelhos portugueses – Alandroal, Barrancos, Moura, Mourão, Reguengos de Monsaraz, Portel, Évora, Mértola e Serpa – o Dark Sky® Alqueva oferece uma diversidade de atividades diurnas e noturnas. A Reserva Dark Sky® Alqueva é coordenada pela Associação Portuguesa Dark Sky.

COP16: cimeira termina sem acordo sobre formas de financiamento

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