Os comentários replicam-se nas redes sociais, um pouco por todo o mundo: sendo incontestável que a pandemia do coronavírus é absolutamente dramática em termos de saúde, de perdas de vidas e até da economia de muitos países; é também claro que tudo o que de surreal está a acontecer neste momento terá de levar a uma reflexão política, ambiental e social. E parece mesmo que o planeta Terra nos está a tentar dizer qualquer coisa.
Primeiro, foi a baixa drástica na poluição: com milhões de cidadãos por todo o mundo em quarentena ou auto-isolamento devido à pandemia do novo coronavírus, estão a ser emitidos menos um milhão de toneladas de dióxido de carbono por dia.
Há especialistas que já acreditam que o surto pode ter enormes melhorias no ambiente, quedas de poluição e até aquecimento global. Até porque os efeitos já são visíveis em imagens de satélite nos países com mais casos e, por consequência, uma quarentena mais generalizada e restritiva, como a China e Itália.
Agora, também em Itália, o segundo país do mundo mais fustigado pelo surto, a natureza volta a dar um sinal de que atrás da tragédia haverá lições a retirar. Veneza, que nas últimas décadas se via a braços com enchentes de turistas épicas, levando mesmo o governo local a ter te tomar algumas medidas de contenção, tinha também problemas ambientais crescentes: os canais estavam sujos e em muitos casos cheiravam mal, a recolha de lixo era um problema, a poluição também.
Agora, sem turistas, com as pessoas em casa, sem poluição e barcos, as águas da cidade italiana estão cristalinas e cheias de vida animal.
Com a quarentena imposta, há várias imagens e vídeos virais a circular nas redes sociais que mostram cardumes de peixes, cisnes e até golfinhos em Veneza — nenhum dos quais seria absolutamente anormal, pois todas as espécies andam normalmente por perto, ainda que sem entrar nos canais.
No entanto, algumas fotos de cisnes por exemplo já foram reveladas como falsas mas as dos peixes, partilhadas por residentes, instituições locais e ambientais, são reais. E as dos golfinhos também parecem ser.
À “CNN“, o gabinete do prefeito de Veneza disse que o regresso de peixes não se deve necessariamente à melhoria da qualidade da água.
O que acontece, explica, é que ela agora parece mais clara porque há menos tráfego nos canais, permitindo que o sedimento permaneça no fundo.
Quer os canais claros tenham a ver com a diminuição da poluição ou menos movimento físico de barcos, as fotos e vídeos mostram imagens que há décadas que não se viam.
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