quarta-feira, 4 de março de 2020

Um balde feito de redes de pesca? Empresa da Malveira recicla lixo marítimo


A Fapil, uma empresa familiar da Malveira, apresenta a primeira gama de artigos de limpeza e de arrumação para a casa fabricados a partir de lixo marítimo reciclado na maior feira mundial de artigos para o lar, em Frankfurt, na Alemanha.

"Vamos ser os primeiros no mercado a fazer o aproveitamento de redes e cordas de pesca, todo o material que resulta da indústria piscatória, que não tinham encaminhamento, para fabricar produtos para a casa", anunciou o presidente executivo desta empresa portuguesa, Fernando Teixeira, à agência Lusa.

A nova gama de artigos, como escovas, esfregonas, vassouras, baldes ou caixas de arrumação, está a ser fabricada contendo 20% de resíduos marítimos reciclados.

"Cada um de nós tem de fazer o que está ao seu alcance e a Fapil procura alternativas que possam ajudar o ambiente, procurar materiais que não estavam a ter um destino para serem valorizados", sustentou.

A nova linha de produtos vai chegar aos consumidores ainda em março.

O objectivo é, no futuro, fabricar estes artigos usando 100% deste tipo de plástico. Fernando Teixeira, CEO da Fapil, diz que estão desenvolver mais produtos.

No caso dos resíduos marítimos reciclados, "iam para incineração ou para aterros e a Fapil está a dar uma segunda vida a estes produtos em artigos que todos temos em casa para utilizar", disse.

"Em termos de padrões, é uma gama muito incerta, porque estamos a utilizar directamente esse plástico da pesca. Não queremos introduzir processos complementares", explicou.

Com a nova gama de produtos, espera aumentar este ano para 22 milhões de euros o seu volume de negócios, acima dos 19,6 milhões de euros do ano anterior.

As exportações representam 10% da sua produção e o objectivo é chegar a médio prazo aos 50%, facturando mais 10 milhões de euros.

Fundada há 45 anos, esta empresa com sede na Malveira, concelho de Mafra e distrito de Lisboa, desde há 20 anos que começou a fabricar produtos usando plástico reciclado e preocupa-se com a sustentabilidade ambiental e em "despertar consciências" para o reaproveitamento de resíduos.
Esta indústria já investiu na substituição de equipamentos fabris mais eficientes e numa central fotovoltaica, e introduz os seus desperdícios fabris no processo de produção de novos artigos.

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