sábado, 9 de maio de 2020

Metas da reciclagem comprometidas


Associações ambientalistas preocupadas com o aumento das embalagens descartáveis e a redução da reciclagem. Temem que Portugal não atinja as metas europeias.

O aumento do uso de descartáveis e a diminuição dos resíduos para reciclagem são "dois grandes problemas", provocados pelo novo coronavírus, que vão ter impacto preocupante no ambiente, diz Carmen Lima, da Quercus.

O cenário preocupa. "Este será um ano em que a reciclagem irá retroceder de forma muito substancial". Há mais produtos embalados e de utilização única que estão a ser usados. A isto soma-se a suspensão da recolha seletiva porta a porta e ecopontos cheios devido à redução das recolhas.

A Quercus considera ainda que o Ministério do Ambiente deve "pedir um alargamento da meta de reciclagem, por mais um ano". As diretrizes da União Europeia definem que Portugal tem que atingir a meta de "reciclagem de 50 por cento dos resíduos urbanos até 2022". Um objetivo comprometido tendo em conta o "retrocesso" criado pela pandemia. 2020 "é um ano perdido".

"Ainda não há números disponíveis sobre o consumo de descartáveis, mas temos a perceção de que estão a aumentar", corrobora Rui Berkemeier, da Zero, que aguarda para ver como a sociedade reajusta as práticas ambientais após a pandemia. Berkemeier realça que a reciclagem será importante na retoma económica, pois "é um setor onde se podem criar milhares de postos de trabalho". A Zero está a preparar um dossier detalhado que será público em breve.

Ao JN, o Ministério do Ambiente diz que "não está a ser ponderado adiar ou solicitar o adiamento" das metas de reciclagem comunitárias porque ainda "é cedo para se antecipar qual o impacto da pandemia na alteração dos hábitos de reciclagem".

Apesar das pressões, a UE insiste para os estados-membros transporem para o direito nacional a diretiva que prevê a eliminação do plástico descartável até julho de 2021. E rejeitou o pedido da Associação Europeia de Transformadores de Plásticos para adiar o prazo em, "pelo menos, um ano", tendo em conta "os benefícios" que esse tipo de plástico trouxe à proteção dos consumidores e na luta contra o Covid-19.

* Notícia Editada
Versão integral em Jornal de Noticias.

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