Cerca de 177 grupos de pais e mães de todo o mundo escreveram uma carta aberta aos presidentes do Conselho Europeu, da Comissão Europeia e do Parlamento Europeu onde defendem que as instituições europeias estão numa posição única para assumir a liderança global com uma "estratégia corajosa e decisiva para o clima e transição ecológica". "A crise do covid-19 expôs a perigosa fragilidade dos sistemas socioeconómicos globais, particularmente no contexto de uma ecosfera que se esgota rapidamente", escreve o movimento Parente for Future, sublinhando que o sistema deve "dar um salto em direção à resiliência e sustentabilidade". A Parents For Future, uma rede global de ativistas de pais inspirada pelo movimento Fridays for Future (greves escolares pelo clima), diz que a UE "está prestes a gastar recursos financeiros públicos significativos" que se tornarão a dívida das futuras gerações e que esse ónus é acrescentado à "dívida ambiental indescritivelmente maciça".
"Acreditamos que a forma como o dinheiro é gasto é fundamental e deve representar um investimento e não outro custo para o futuro de nossos filhos", consideram, referindo-se ao Fundo de Recuperação europeu de 750 mil milhões de euros. Este Fundo de Recuperação da UE é um instrumento de emergência criado após a crise gerada pela pandemia, através do qual Bruxelas recorre aos mercados para aumentar o seu poder financeiro para depois canalizar fundos para os países através de subsídios ou empréstimos, num valor total de 750 mil milhões de euros. Desta verba, poderão caber a Portugal 26,3 mil milhões.
Na carta aberta divulgada, o movimento Parents for Future diz que o fundo de recuperação e todos os outros esforços coordenados por estímulos à recuperação económica representam "uma oportunidade singular para um novo caminho de desenvolvimento".
"Lembramos que a Agenda 2030 da ONU deixa claro que as instituições são uma das bases fundamentais da sustentabilidade e da equidade", sublinha o movimento, acrescentando: "um visionário Fundo de Recuperação Verde enviará um claro sinal de política não apenas aos mercados europeu, mas também global".
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