quinta-feira, 3 de setembro de 2020

Ambiente e as Autarquias.



Em pleno século XXI, onde ainda há muito para se fazer em matéria ambiental, já vai existindo mais consciência ambiental dentro da sociedade civil, o que é sempre de enaltecer. Não vejo a questão do ambiente como sendo de esquerda ou de direita, mas sim de uma questão de escolha, visão e atitude pessoal. Cabe às autarquias, como parte do poder local, ser o principal motor da promoção das ânsias e expectativas da população. Em qualquer cidade, principalmente naquelas que possuem complexos industriais , deveria existir uma política verde e não de betão, no sentido de proporcionar um ambiente sustentável, de criação de um "pulmão local", por um lado para contrapor a poluição, mas também para o benefício da própria população, que em período de pandemia e até no pós-pandemia, provavelmente irão apreciar incentivos do género para o contacto com a natureza. Mas mais que espaços verdes, o ambiente também pode ser protegido pelas autarquias, seja numa gestão prudente dos recursos hídricos ( numa altura em que os períodos de seca se tornam frequentes), na promoção do transportes público, que ao ser de gestão autárquica, deveria ter uma frota com uma pegada de carbono mínima, e como tal, tendencialmente mais económico. São algumas medidas, que conjuntamente com outras, poderiam e deveriam ser alvo de consenso entre as diversas forças políticas dentro dos órgãos autárquicos. O que se tem notado, é que há mais visão de uma política de betão do que propriamente verde. Se as infraestruturas locais são importantes, nada impede que haja um enquadramento ambiental correcto da mesma, seja na sua localização, na sua estética, na valorização energética, havendo pequenos bons exemplos, como gerar electricidade a partir dos resíduos, na captação, reutilização e reciclagem das águas ( tanto da chuva como residuais), e a utilização da energia abundante que existe no sol brilhante que possuimos ao longo do ano.Isto sem falar mais detalhadamente em áreas como o  desenvolvimento sustentável e inteligente ( o conceito "smart city"), o consumo de energias renováveis ou estratégias de redução de resíduos e poluentes. Se tudo o que foi mencionado até ao momento é relevante de alguma forma, a protecção do ambiente também se faz na defesa, seja através de denúncias, queixas e na componente judicial. Sejam derrames na nossa costa, despejo de lixo em zonas protegidas, descargas ilegais em rios, ou na exacerbada poluição atmosférica, visual ou sonora. No que concerne a um melhor ambiente, não se pode ficar por medidas tímidas. Quando se ganha autarquias com genuína preocupação, atenção e acção nesta matéria, também estão a contribuir para o desenvolvimento do concelho. E não é essa a principal premissa de um autarca eleito? É um caminho longo, mas sustentável e de valor. Mas como tudo na vida, é preciso ter vontade. Muita vontade. As futuras gerações agradecem. 

Autor: Paulo Freitas

 

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