A Aqva More é a máquina que pode permitir a cada família poupar cerca de 20 mil litros de água por ano. A garantia é dada pela empresa que desenvolveu este circulador de água fria, que apenas deixa sair a da torneira quando fica quente, evitando o desperdício.
À venda a partir de março por 277 euros (mais IVA), através da internet, o produto está a ser desenvolvido num dos laboratórios de inovação do Taguspark, em Oeiras. "Esta máquina torna as casas mais eficientes em 30 minutos e não requer obra. O cliente só tem de ligar as tubagens e configurar a temperatura", explicam os fundadores, João Guerreiro e João Rosa.
Cada sistema inclui dois aparelhos: o principal fica junto ao esquentador ou caldeira; o secundário junto à torneira onde se pretende evitar o desperdício. Cada aparelho custa 120 euros (mais IVA).
A máquina principal inclui uma bomba de água a 24 volts e tem de estar ligada à corrente. O aparelho comunica com a caixa secundária por radiofrequência, funciona a bateria com autonomia de um mês e trabalha 2 minutos por dia.
"A água não sai dos canos, anda num circuito. Dentro de uma casa, fazemos circular a água dentro das paredes: até chegar quente à torneira - em vez de correr para o esgoto -, é desviada para o lado frio."
Para já, não são adiantadas perspetivas de vendas. Há "elasticidade para colocar no mercado centenas ou milhares de caixas por mês". No limite, "por cada 50 mil habitantes pode ser instalado um máximo de 12 500 máquinas" produzidas em Portugal.
A acompanhar os aparelhos haverá uma aplicação móvel, que ajuda a medir a poupança mensal e a entrar na lógica do jogo com outros consumidores. No limite, as fornecedoras de água municipais poderão ter acesso aos dados e verificar tendências de consumo.
A Aqva More também está a trabalhar em soluções personalizadas para escolas, cabeleireiros e ginásios, onde a poupança de água "poderá chegar aos 128 mil euros por ano".
João Guerreiro é o cérebro da startup. Ao fim de 20 anos a cuidar da mistura de imagem em vários programas de entretenimento, o fazedor procurou uma solução para evitar o desperdício enquanto se espera pela água quente.
"Pagamos a água que entra no contador e que depois vai para o esgoto, através das taxas de saneamento. Como há secas constantes e as albufeiras das barragens estão a ficar cada vez mais vazias, deparámo-nos com uma situação ridícula e ineficiente", recorda.
Depois de começar a desenvolver protótipos numa oficina no Rato, o engenheiro civil João Rosa juntou-se ao projeto graças à experiência no lançamento deste tipo de produtos. Em 2019, a ideia venceu o prémio Startup Portugal em Smart Cities. A equipa tem três pessoas, mas perto de uma dezena de fornecedores.
Foto: © PAULO SPRANGER / Global Imagens
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