O hidrogénio é o elemento químico mais abundante do universo. As estrelas, como o nosso Sol, são formadas principalmente por esse gás, que também pode assumir o estado líquido.
O hidrogénio é muito poderoso: tem três vezes mais energia do que a gasolina.
Mas, ao contrário dela, é uma fonte de energia limpa, uma vez que só liberta água (H2O), na forma de vapor, e não produz dióxido de carbono (CO2).
No entanto, embora existam há muitos anos tecnologias que permitem usar o hidrogénio como combustível, há várias razões pelas quais até agora ele só foi usado em ocasiões especiais (como para impulsionar as naves espaciais da Nasa, a agência espacial americana).
Uma delas é que é considerado perigoso por ser altamente inflamável — por isso, transportá-lo e armazená-lo com segurança é um grande desafio.
Mas um obstáculo ainda maior tem a ver com as dificuldades para produzi-lo.
Na Terra, o hidrogénio só existe em combinação com outros elementos. Ele está na água, junto ao oxigénio, e se combina com o carbono para formar hidrocarbonetos, como gás, carvão e petróleo. Portanto, o hidrogénio precisa ser separado de outras moléculas para ser usado como combustível.
E conseguir isso requer grandes quantidades de energia, além de ser muito caro.
Até agora, os hidrocarbonetos eram usados para gerar essa energia, então a produção de hidrogénio continuava a poluir o meio ambiente com CO2.
Há alguns anos, contudo, o hidrogénio começou a ser produzido a partir de energias renováveis, como solar e eólica, por meio de um processo chamado eletrólise.
A eletrólise usa uma corrente elétrica para dividir a água em hidrogénio e oxigénio em um dispositivo chamado eletrolisador.
O resultado é o chamado hidrogénio verde, que é 100% sustentável, mas muito mais caro de se produzir do que o hidrogénio tradicional.
No entanto, muitos acreditam que ele pode oferecer uma solução ecológica para algumas das indústrias mais poluentes, incluindo a de transportes, química, siderúrgica e de geração de energia.
Actualmente, 99% do hidrogénio usado como combustível é produzido a partir de fontes não-renováveis.
E menos de 0,1% é produzido por meio da eletrólise da água, de acordo com a Agência Internacional de Energia.
No entanto, muitos especialistas em energia preveem que isso mudará em breve.
As pressões para reduzir a poluição ambiental têm levado uma série de países e empresas a apostar nesta nova forma de energia limpa, que muitos acreditam ser essencial para "descarbonizar" o planeta.
Companhias de petróleo estão entre as que lançaram projetos de hidrogênio verde.
E vários países anunciaram planos de produção nacional deste combustível renovável.
Isso inclui a União Europeia que, em meados de 2020, se comprometeu a investir mais de 400 bilhões em hidrogénio verde até 2030.
A intenção da UE é instalar eletrolisadores de hidrogénio renovável de 40 gigawatts (GW) na próxima década, para alcançar a sua meta de ter impacto neutro no clima até 2050.
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