quinta-feira, 15 de agosto de 2019

Chove plástico nos Estados Unidos. Investigador detecta microplásticos na precipitação


Um investigador norte-americano descobriu acidentalmente que está a chover plástico na região das Montanhas Rochosas, mais concretamente, no Estado de Colorado. As micropartículas encontradas podem vir a ter efeitos nocivos para a saúde.

Acredito que o resultado mais relevante que podemos compartilhar com o público é que há mais plástico por aí do que podemos ver”, começou por afirmar Gregory Wetherbee, pesquisador do Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS ).

“Está na água da chuva, está na neve, é parte do ambiente em que vivemos agora”, assegurou.

A descoberta, publicada num estudo recente intitulado de “Está a chover plástico”, levantou novas questões sobre o impacto ambiental provocado pelas atividades humanas. 

Ao analisar algumas amostras de precipitação recolhidas na região das Montanhas Rochosas, no Estado do Colorado, Gregory Wetherbee encontrou fibras plásticas microscópicas na água da chuva. 

Wetherbee encontrava-se a estudar a poluição por nitrogénio quando se deparou com estas partículas. “Acho que esperava ver maioritariamente partículas de solo e minerais”, admitiu o pesquisador numa entrevista ao Guardian. “Os resultados foram puramente acidentais ”, acrescentou.

O plástico pelo mundo

A viajar pelas correntes de vento ou a cair dos céus por todo o mundo, as partículas de plástico podem ser encontradas praticamente em qualquer parte do planeta. Dos solos aos mares, já foram encontrados microplásticos até no ar que respiramos.

A descoberta de Gregory Wetherbee sugere que as partículas de plástico podem ser espalhadas pelo vento por centenas ou milhares de quilómetros. 

Ainda assim, a origem pode ser, em grande parte, do lixo visto que mais de 90 por cento do plástico produzido no mundo não é reciclado. Este degrada-se lentamente e decompõe-se em minúsculas partículas invisíveis a olho nu. 

Até desaparecer por completo, continua a circular pelo ambiente e incorpora-se em todos os meios que encontra. Ao longo de 450 anos, este é um ciclo que parece não ter fim.

“Mesmo se agitássemos uma varinha mágica e parássemos de usar o plástico, não é evidente por quanto tempo o plástico continuaria a circular pelos nossos rios”, referiu Stefan Krause, um cientista na Universidade de Birmingham, em Inglaterra. 

“Com base no que sabemos sobre o plástico encontrado nas fontes de água subterrânea e aquele que está acumulado nos rios, eu diria séculos”, supôs.

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