Organizações ambientalistas consideraram o orçamento do Fundo Ambiental para 2022 o “mais escandaloso de sempre”, já que apoia todos os sectores “menos a natureza”.
A crítica é feita num comunicado assinado por seis organizações ambientalistas e surge em resposta ao anúncio do Ministério do Ambiente e da Ação Climática de que o Fundo Ambiental tem para este ano um orçamento de 1.125 milhões de euros, “o maior de sempre”.
As seis organizações dizem que no orçamento falta investimento no restauro ecológico e em projectos com qualidade de conservação da natureza e da biodiversidade.
E acrescentam que tem apoios directos, sem concurso, de milhões para institutos públicos, universidades e empresas públicas, mas nada para o restauro da natureza, na década do Restauro da Natureza da ONU e no mês em que a Comissão Europeia publicará a Lei de Restauro da Natureza.
As organizações não governamentais lamentam e consideram imoral que o investimento para remover espécies invasoras e apoio a algumas acções do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) sejam os únicos valores atribuídos para conservação de espécies e habitats.
“Discutíveis são também os financiamentos para municípios, como por exemplo um milhão de euros atribuídos para limpeza de praias e classificados como mitigação de alterações climáticas, ou os quatro milhões para visitação de Áreas Protegidas classificados como protecção e conservação da natureza e biodiversidade”, dizem as organizações na apreciação do orçamento.
Na Europa, acrescentam, 63% das espécies e 81 % dos habitats protegidos estão em mau estado de conservação e Portugal “infelizmente, não investe o suficiente para reverter esta realidade”.
As organizações pedem que o Governo invista na conservação, que apresente metas sérias e ambiciosas de restauro dos ecossistemas marinhos, terrestre e de água doce, e que olhe para o restauro da natureza como uma forma importante de atingir as metas climáticas.
Assinam o documento a Associação Natureza Portugal, em associação com a WWF (ANP/WWF), Associação Portuguesa para a Conservação da Biodiversidade (FAPAS), Grupo de Estudos de Ordenamento do Território e Ambiente (GEOTA), Liga para a Proteção da Natureza (LPN), QUERCUS – Associação Nacional de Conservação da Natureza, e Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves (SPEA).
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