domingo, 30 de junho de 2019

6.º Inventário Florestal Nacional: Montado lidera área plantada. Eucalipto representa 26%


O 6.º Inventário Florestal Nacional (IFN6) está concluído, informa o Ministério da Agricultura, afirmando que se trata de “uma peça fundamental para a implementação da Reforma da Floresta iniciada em 2016”.
A maior área de floresta (1 063 000 ha) é coberta por montado (sobreiro e azinheira) e a área de eucalipto (844 000 ha) cresceu abaixo das estimativas.
Os trabalhos de foto-interpretação terminaram de final de 2018, contudo os dados finais só foram entregues neste mês.
Tendência de diminuição da área de floresta, que se verificava desde 1995, inverteu-se, registando-se com este inventário um aumento de 59 mil ha (1,9%) face a 2010

Coordenação do ICNF

Na realização do IFN6 estiveram envolvidas 6 empresas na recolha de dados, sob coordenação do Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), que foi responsável por toda a concepção do IFN6, pela preparação dos cadernos de encargos, desenvolvimento de manuais, formação dos técnicos contratados, gestão de projecto, desenvolvimento do sistema de informação e processamento de dados.
Executado dentro do prazo anunciado pelo Governo, o IFN6 vai agora permitir a actualização dos Programas Regionais de Ordenamento Florestal (PROF), que já estão em vigor, adaptando-os aos novos dados, “uma estratégia que permitiu ao País avançar com a implementação da Reforma da Floresta”, realça o Ministério liderado por Luís Capoulas Santos.

Uma primeira análise dos dados recolhidos permite concluir, diz o Ministério da Agricultura, que:

  • maior área de floresta (1 063 000 ha) é coberta por montado (sobreiro e azinheira)
  • A área de eucalipto (844 000 ha) cresceu abaixo das estimativas
  • A área de pinheiro bravo (714 000 ha) diminuiu
  • A área de pinheiro manso (193 000 ha) aumentou
Além destas conclusões, o Gabinete de Capoulas Santos salienta que os espaços florestais (floresta, matos e terrenos improdutivos) ocupam 6,1 milhões de hectares (69%) do território nacional continental e que a floresta, que inclui terrenos arborizados e temporariamente desarborizados (superfícies cortadas, ardidas e em regeneração), é o principal uso do solo nacional (36%).

Área de floresta cresce 1,9%

A tendência de diminuição da área de floresta, que se verificava desde 1995, inverteu-se, registando-se com este inventário um aumento de 59 mil ha (1,9%) face a 2010 (data da última avaliação).
Já no que diz respeito aos matos e pastagens, representam a segunda categoria mais expressiva de uso do solo (31%), registando um crescimento contínuo da área ocupada desde 1995. A floresta nacional é maioritariamente constituída por espécies florestais autóctones (72%).

Sobreirais e azinhais são a principal ocupação florestal

Ainda segundo o IFN6 ,os “montados”, sobreirais e azinhais são a principal ocupação florestal, com mais de 1 milhão de hectares de superfície, representando um 1/3 da floresta. São ecossistemas florestais de uso múltiplo, que têm na produção de cortiça a sua principal função.
Os pinhais são a segunda formação florestal, ocupando uma área superior a 900 mil ha. Apesar do crescimento da área de pinheiro manso, regista-se um decréscimo da área ocupada pelo pinheiro bravo. Em termos globais, mantém-se a tendência de redução da área ocupada com pinho, que vem desde 1995, embora o ritmo da redução esteja a abrandar, revelando a capacidade de resiliência destas árvores às perturbações, como é o caso das pragas que afectam os pinhais.

Eucalipto representa 26% da floresta continental

Já os polémicos eucaliptais ocupam 844 mil hectares, área inferior à que tem sido estimada e que representa cerca de 26% da floresta continental. Os dados recolhidos revelam um incremento sistemático da área ocupada ao longo dos últimos 50 anos.
Por sua vez, as folhosas caducifólias (carvalhos, castanheiros e outras) registam um aumento sistemático de área ocupada ao longo dos últimos 20 anos, sendo o crescimento dessa área mais significativo no período entre os dois últimos inventários (2005 e 2015), apesar de constituírem a formação florestal menos representativa em área ocupada.

Quatro grandes grupos

Em termos estruturais, funcionais e paisagísticos, a floresta do continente está organizada em quatro grandes grupos, ou formações florestais: pinhais (constituídos por povoamentos de pinheiro-bravo e pinheiro-manso); folhosas perenifólias (“montados”, sobreirais e azinhais); folhosas caducifólias (carvalhos, castanheiros e outras); e as folhosas silvo-industriais (eucaliptais).

Identificação das espécies exóticas ou invasoras

Explica ainda o Gabinete de Capoulas Santos que, em todos os pontos de amostragem no terreno, procedeu-se à identificação das espécies exóticas ou invasoras (de acordo com a classificação do Decreto-Lei n.º 565/99), tendo-se confirmado a presença destas espécies pelo território continental de forma generalizada, apesar de as situações de presença maciça (grupos de plantas ou extensão por toda a superfície) sejam significativamente raras. As acácias e háqueas, canas e chorão-das-praias são as espécies mais detectadas.
No âmbito do IFN6 procedeu-se ainda a uma identificação dos habitats e do seu estado de conservação em cada um dos 12 000 pontos de amostragem realizados no terreno. Da sua análise verifica-se que cerca de 20 % dos espaços florestais e 25% de matos/pastagens naturais são classificados como habitat e que a ocorrência destes se estende para além dos terrenos classificados com estatuto de conservação.

Habitats mais representados

Na floresta, os habitats mais representados são os que resultam das florestas de quercíneas: os montados de quercíneas (habitat 6 310), os sobreirais (habitat 9 330), os carvalhais (habitat 9 230) e os azinhais (habitat 9 340). Nos matos, a maior representatividade é a dos matos baixos de tojais e urzais (habitat 4 030) e a dos matos altos evoluídos de piornos, medronheiro, carrasco ou carvalhiça (habitat 5 330).
Ao nível da biomassa lenhosa e do carbono armazenado nas árvores vivas em espaços florestais, verifica-se um aumento em ambos os valores, resultado da alteração da composição específica da floresta, e parcialmente da melhoria dos métodos de avaliação.

sexta-feira, 28 de junho de 2019

Plasticrusts, as crostas de plástico descobertas nas rochas da ilha da Madeira


Os plasticrusts — nome que os investigadores do Centro de Ciências do Mar e do Ambiente do pólo da Madeira usaram para baptizar o fenómeno — foram encontrados em várias rochas costeiras da zona Sul da ilha da Madeira.

Uma equipa de investigadores do Centro de Ciências do Mar e do Ambiente (Mare) do pólo da Madeira descobriu um novo tipo de poluição causada pelo plástico em algumas rochas da zona Sul da ilha da Madeira.

Os plasticrusts, o nome que os cientistas deram ao fenómeno agora descoberto, é uma espécie de crosta plástica que se formou em algumas rochas vulcânicas e que foram detectados numa zona intertidal, área costeira que apenas se encontra exposta ao ar durante a maré baixa, ficando submersa com a subida da maré, na Madeira. 

Em 2016, enquanto realizavam uma visita à zona costeira perto do laboratório do Mare, os investigadores verificaram a presença de plástico em forma de crosta nas rochas daquela zona intertidal, mas consideraram que era algo pontual e que (ainda) não valia a pena ser documentado. Em 2017, o fenómeno continuava presente, mas não se tinha alastrado para outras rochas. 

“Só este ano, em Janeiro, é que verificámos que existia não só mais plástico agarrado como também mais cores desse material nas rochas, porque inicialmente só tínhamos encontrado fragmentos azuis. Só detectámos este fenómeno numa área com cerca de 20 metros e não temos ainda a certeza se é algo que acontece noutras zonas da ilha”, explica o coordenador do estudo, o espanhol Ignacio Gestoso. 

O objectivo do estudo que foi publicado este mês na revista científica Science of the Total Environment foi dar a conhecer um fenómeno que mesmo para a equipa que o descobriu e investigou ainda é novo, e perceber se o mesmo acontece noutras zonas ou em ambientes similares. O coordenador do estudo acredita que foi importante reportar o acontecimento, uma vez que ainda era desconhecido, ao contrário de outros tipos de poluição por via do plástico, como os microplásticos, por exemplo.

“Precisamos de estudos futuros para verificar qual é a relevância desta descoberta, tanto a nível da sua escala de expansão como no impacto que pode ter na fauna intertidal, uma vez que ali existem pequenos invertebrados, como caracóis marinhos, que normalmente se alimentam de algas que estão precisamente nas rochas. Achamos que podem acidentalmente ingerir estas crostas de plástico na sua alimentação”, refere Ignacio Gestoso.

Polietileno que se “colou” às rochas

Depois de recolher amostras, a equipa verificou que o material era polietileno, um dos plásticos mais baratos e mais utilizadospor todo o mundo. Os investigadores pensam que estas crostas possam resultar da colisão de fragmentos de plástico de maior dimensão com as rochas, por acção das ondas e marés, mas podem existir outros factores que contribuem para o fenómeno.

“A própria textura das rochas, a sua forma e mesmo a temperatura das águas podem influenciar a que o plástico fique encrostado. Como grande parte das rochas em que os encontrámos são de cor escura, quando a maré esvazia e a rocha fica ao sol, as altas temperaturas podem ajudar à aderência do plástico à rocha. Só encontrámos os plasticrusts na parte das rochas exposta ao mar, daí acharmos que as ondas tenham a maior influência”, explica o investigador.

Ignacio Gestoso garante que a equipa pretende continuar a investigar o fenómeno, mas que não pretende causar alarme, pois ainda é uma descoberta recente. “Não queremos alarmismos, queremos sim documentar e explicar que ainda é um fenómeno pequeno e que só detectamos numa área mínima da ilha”, diz.

Ainda assim, os investigadores acreditam que a descoberta pode ter implicações em futuras estratégias de gestão ambiental, uma vez que estes plasticrusts poderão vir a ser consideradas uma nova categoria de lixo marinho.

quinta-feira, 27 de junho de 2019

Afinal, o plástico que “reciclamos” é terrível para o ambiente


Quando pomos resíduos de plástico no lixo, é bem provável que deem a volta ao mundo, onde pode representar um risco para a saúde e segurança dos países em desenvolvimento.

O planeta está a ser enterrado sob plástico: as praias estão cheias de lixo, a vida marinha está a sufocar e estamos até a beber uma quantidade de plástico do tamanho de um cartão de crédito todas as semanas a partir da nossa água potável.
Reciclagem é uma boa ideia – até ser feito de forma errada. Aquela garrafa de plástico que se coloca no lixo da rua nem sempre é dividida e transformadanum novo produto. Às vezes, de acordo com um novo relatório, acaba no outro lado do mundo, no quintal de alguém, tomando o seu lugar entre dezenas de sacolas de supermercado e de lanches.
Segundo a investigação de seis meses Toxic Americado jornal britânico The Guardian, os EUA enviam cerca de um milhão de toneladas de resíduos plásticos para o exterior por ano. Grande parte desse plástico foi parar à China, onde foi reciclado – até que o país parou abruptamente a maioria das importações de resíduos plásticos em 2017. 
Agora, uma boa parte dos resíduos plásticos dos EUA é enviada para os países mais pobres do mundo, incluindo Bangladesh, Laos, Etiópia e Senegal.
No ano passado, cerca de 68 mil contentores de reciclagem de resíduos plásticos dos EUA foram enviados para países em desenvolvimento, que administram mal mais de 70% dos seus próprios resíduos de plástico. Por exemplo, a Malásia despeja ou descarta inadequadamente 55% dos seus próprios resíduos plásticos, mas recebe mais resíduos dos EUA do que qualquer outro país.
Estima-se que 20% a 70% dos resíduos plásticos que vão para instalações de reciclagem em todo o mundo são inutilizáveis e descartados como lixo, de acordo com o relatório.

Além de ter que viver entre o lixo que lota as praias e ruas, o crescente número de instalações de processamento de plástico que estão a surgir nesses países representa riscos para a saúde dos cidadãosque vivem entre os suprimentos de água contaminada e o cheiro do fumo.

“Os Plásticos e o ambiente” vão estar em debate na Universidade de Coimbra


O grupo de investigação em polímeros da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC) promove, no próximo dia 1 de Julho, numa altura em que se debate a necessidade urgente de combater a poluição causada pelos plásticos, uma sessão dedicada ao tema durante um simpósio sobre transferência de tecnologia.
A iniciativa, que tem lugar às 14 horas no anfiteatro nobre do Departamento de Engenharia Química, no Pólo II da UC, conta com a participação da Associação Portuguesa da Indústria de Plásticos (APIP).
Neste simpósio vão também ser apresentados resultados de projectos de investigação na área de polímeros de nova geração desenvolvidos na FCTUC em parceria com a indústria, designadamente com as empresas Cires, TMG Automotive, Vesam, Sicor e Componit.
entrada é livre mas sujeita a inscrição através do correio electrónico: jcoelho3@gmail.com.

Impacto dos plásticos

Jorge Coelho, especialista em polímeros e organizador do simpósio, afirma que a problemática do impacto dos plásticos no ambiente coloca “enormes desafios quer à ciência quer à indústria do sector. Se por um lado é necessário desenvolver novos materiais amigos do ambiente que permitam substituir os actuais polímeros – na sua maioria de origem fóssil -, por outro, essas novas soluções têm de ser economicamente sustentáveis para as indústrias”.
Além disso, o cientista da FCTUC considera que “grande parte do debate sobre a poluição provocada por plásticos não tem qualquer fundamentação científica. Queremos contribuir para um debate baseado na ciência e discutir estratégias eficientes que ajudem a mitigar o grave problema dos plásticos, porque as universidades têm o dever de contribuir com soluções para resolver problemas da sociedade”.

Depois de seis meses de adaptação, acabou de vez o uso de plástico em Bali


No domingo, 23 de junho, entrou oficialmente em vigor a lei que proíbe o uso de plásticos de utilização única como sacos, palhinhas e polistireno em Bali.

Segundo a associação Make A Change World, a ilha torna-se assim a primeira região da Indonésia a adoptar esta medida.
Em dezembro de 2017 tinha sido declarado o estado de emergência no local devido à crise da poluição de plástico. O governador, Wayan Koster, implementou esta lei a 21 de dezembro de 2018 e decretou um período de adaptação de seis meses.
Durante esse tempo, os comerciantes puderam definir alternativas aos sacos de plástico, palhinhas e esferovite. A capital, Denpasar, já via esta medida aplicada desde 1 de janeiro de 2019 aos comerciantes modernos. Agora, a lei está em vigor em toda a ilha e em todo o tipo de comércio.
A ONG Bye Bye Plastic Bags, que foi uma das principais impulsionadoras deste processo legislativo, revelou na última edição da sua newsletterque o diploma entrou oficialmente em vigor no dia 23 de junho.
A Indonésia é o segundo maior poluidor do mundoem termos de plásticos, apenas a seguir à China. Todos os anos, aquele país envia 200 mil toneladas de resíduos de plástico para os oceanos. Bali, um dos destinos mais turísticos do país, sofre particularmente com este problema, com toneladas de resíduos de plástico, produzidos por milhões de turistas, a inundarem as praias da ilha.
Estima-se que na ilha de Bali apenas 25% do lixo seja recolhido através dos canais normais de tratamento de resíduos. Tudo o resto é despejado em lixeiras, nos rios e no oceano. Além da proibição dos plásticos de utilização única, agora em vigor, a ilha está a estudar a possibilidade de implementar um imposto ambiental de 10 dólares (8,80 euros) aos turistas estrangeiros que visitam a ilha. Só em 2017, Bali recebeu 5,7 milhões de turistas de outros países.
O dinheiro recolhido através deste imposto à chegada servirá, como noticiou em janeiro o The Jakarta Post, para financiar programas ambientais na região, colocando em prática mais medidas ambientais e obtendo mais meios de limpeza. O novo imposto servirá ainda para se obter um melhor saneamento e recolha de lixo das ruas, mas também para financiar programas dedicados à preservação da cultura e natureza.

quinta-feira, 20 de junho de 2019

Fundo Ambiental vai chegar esta ano aos 500 milhões de euros aplicados



O ministro do Ambiente, João Pedro Matos Fernandes, anunciou que o Fundo Ambiental vai chegar, este ano, aos 500 milhões de euros aplicados.
“Neste momento, o Fundo Ambiental (...) consegue aplicar 90% da sua receita, quando não é mais do que isso, e aquilo que eram 60 milhões de euros aplicados há quatros anos, este ano vai chegar aos 500 milhões”, afirmou o governante.
O ministro, que falava na inauguração da intervenção de reforço da protecção da margem do Rio Douro, entre a Quinta dos Cubos e o Cais do Esteiro, em Vila Nova de Gaia, distrito do Porto, começou por explicar que as taxas que financiam o Fundo Ambiental já “eram todas aplicadas”. Contudo, existiam vários fundos dentro do ministério, fundos esses que “nunca executavam mais de 60% da sua receita” e “nunca custavam menos de 4,5 milhões de euros a gerir”.
Matos Fernandes não tem dúvidas de que o Fundo Ambiental, “essencialmente alimentado pelas taxas cobradas a quem mais polui”, é, enquanto ministro do Ambiente, a sua “melhor obra”, já que permitiu “ganhar autonomia financeira sem cobrar nem mais um tostão aos portugueses” e avançar com um conjunto de intervenções de diversa índole.
O ministro rejeitou ainda a ideia de que falar de alterações climáticas é falar de uma preocupação de gerações futuras, citando um estudo divulgado em outubro pelo Banco Europeu de Investimento, segundo o qual “os portugueses são, em toda a Europa, o povo mais preocupado com alterações climáticas”.
“Cerca de 80% dos portugueses estão no grupo dos muito preocupados ou preocupados com as alterações climáticas. Sabemos que também o aprendemos dramaticamente com os incêndios que aconteceram há dois anos”, reconheceu, acrescentando: “Todos os que vivem junto ao mar, com maior dramatismo, veem bem o que está a acontecer, não precisam que lhe ensinem”.
Matos Fernandes revelou ainda que dos investimentos necessários à adaptação às alterações climáticas, cujo plano já foi aprovado, estão já a ser investidos 760 milhões “na fertilidade dos solos, na prevenção estrutural contra incêndios, nas obras do litoral ou nas obras da rede hidrográfica”, a que se somam mais 360 milhões de euros em obras que vão ainda ser lançadas no contexto deste quadro comunitário de apoio
“Até o final de 2030, (...) temos de chegar aos 2,3 mil milhões de euros, porque é importante Portugal fazer parte dos países liderantes para que 25% do próximo ciclo de financiamento comunitário seja exclusivamente dedicado à ação climática. É absolutamente fundamental que assim seja”, sublinhou na sua intervenção.

Portugal tem 80% da água que precisa para o Verão


O ministro do Ambiente afirmou que o país tem armazenada 80% da água de que precisa para o Verão, que deverá “passar-se normalmente” com “fenómenos pontuais de ausência de capacidade das redes municipais”.

João Pedro Matos Fernandes falava aos deputados da comissão parlamentar de Ambiente, Ordenamento do Território, Descentralização, Poder Local e Habitação, a quem disse que o “Verão parece que não virá a ser tão dramaticamente seco e quente” como se chegou a admitir.

A albufeira “mais crítica” é a de Monte da Rocha, no concelho de Ourique, que está a 11% da sua capacidade máxima, tal como há quatro meses, o que significa que a chuva só conseguiu repor a água que tem sido utilizada.

Para prevenir as faltas, há que subir o nível de algumas barragens e reforçar o sistema de abastecimento de água, como se fez em Beja e Odemira, adiantou.

Questionado pelo deputado Álvaro Castelo Branco, do CDS-PP, sobre as medidas a longo curso para prevenir situações de seca, Matos Fernandes afirmou que “só há uma solução de longo curso: poupar, consumir menos”.

Exploração de lítio é "extremamente danosa" para ambiente e populações


O 1º Fórum Nacional sobre a problemática do lítio em Portugal, marcado para 22 de junho na Covilhã, pretende reunir "movimentos populares organizados por todo o país, preocupados com os impactes ambientais e sociais da exploração de minério nas suas regiões" e incluirá a apresentação da plataforma digital, Alerta Lítio, refere a associação em comunicado.


A Alerta Lítio pretende "parar com os projetos e propostas de exploração de lítio em Portugal". A organização ambientalista considera que "a exploração de minérios a céu aberto é extremamente danosa para o ambiente e para as populações, desvalorizando de forma grosseira padrões e valores naturais, e de bem-estar humano".

O documento acrescenta que é necessário "desfazer a ideia socialmente aceite de que a exploração de lítio é uma questão de mobilidade", defendendo também que é necessário juntar os movimentos dispersos, mobilizando "forças para ganharem expressão nacional".

A Quercus vai lançar também uma petição pública "Alerta Lítio -- Contra a Extração e Mineração de Depósitos Minerais em Portugal", para "impor uma discussão nacional alargada sobre os impactos ambientais severos induzidos pelos processos e procedimentos de exploração e extração de minérios".

"O Governo de Portugal, bem como as diversas empresas requerentes de direitos de prospeção e exploração, têm sido omissos em explicações, principalmente no que diz respeito à incompatibilidade entre o modelo base de mineração preconizado, assente em metodologias ultrapassadas, com elevados índices de emissões poluentes. Os impactos ambientais desta indústria do passado são antagónicos à política de crescimento verde e à agenda verde", conclui a associação ambientalista.

Derreteu, num dia, 40% da área superficial da Gronelândia


Em apenas um dia, 40 por cento da área superficial da Gronelândia derreteu, com uma perda recorde de 2 mil milhões de toneladas de gelo. Uma foto partilhada por um climatólogo tornou-se viral, ao expor o fenómeno abrupto de degelo.

A foto foi captada por Steffen Olsen, do Centro para o Oceano e o Gelo, do Instituto Meteorológico Dinamarquês, no dia 13 de junho.

O investigador deparou-se com uma imagem aterradora: grande parte do gelo tinha derretido e os cães de trenó estavam a caminhar sobre água. O manto de gelo tinha apenas 1,2 metros de espessura.
  
A imagem rapidamente se tornou viral. Ao partilhar a imagem no Twitter, Olsen alertou para a necessidade de uma "previsão mais apurada no Ártico" dado a existência destes "eventos extremos, neste caso a inundação pelo início abrupto do derretimento da superfície".



Centro Nacional de Dados sobre Neve e Gelo dos Estados Unidos revelou que mais de 40 por cento da área superficial da Gronelândia derreteu na passada quinta-feira – aproximadamente 712 mil quilómetros da superfície – o que representa uma perda de 2 mil milhões de toneladas de gelo

O ocorrido é altamente invulgar para o mês de junho, dado que a maioria do degelo se dá normalmente em julho. Tal pode indicar que, este ano, a Gronelândia obtenha novos recordes de gelo derretido. 

Jason Box, um climatólogo no Serviço Geológico da Dinamarca e da Gronelândia previu que 2019 seria "o maior ano de degelo para a Gronelândia". E relembrou que, este ano, já se verificou um degelo anormal em abril, o que significa que a época de degelo "está a acontecer três semanas mais cedo do que a média, e mais cedo do que o recorde de degelo do ano de 2012". 
Sequência de grandes épocas de degelo

Na quarta-feira, a meteorologia previu temperaturas invulgarmente elevadas em algumas zonas da Gronelândia: 17,3 graus. Impulsionadas pelo ar mais quente que se deslocava do sul, o aumento foi sentido na Gronelândia e no resto do Ártico.

As temperaturas no mês de maio subiram aproximadamente sete graus relativamente à média calculada de entre 1981 e 2010. Por sua vez, levaram a um recuo do gelo, com a segunda menor extensão de gelo dos últimos 40 anos.

Períodos de degelo significativo não são tão invulgares – ocorreram em 2007, 2010 e 2012. O sucedido "é comparável a alguns picos que vimos em junho de 2012", disse Thomas Mote, investigador na Universidade da Geórgia, à CNN. Em 2012, aproximadamente 97 por cento da camada de gelo derreteu, a primeira vez na História.

"Temos assistido a uma sequência de grandes épocas de degelo, a começar em 2007, que seria inédito anteriormente. Não vimos nada assim antes do final dos anos 1990", acrescentou.

Tal significa que as épocas de degelos estão a tornar-se cada vez mais comuns, podendo contribuir para a subida do nível das águas. "A Gronelândia tem contribuído de forma crescente para a subida do nível do mar a nível global nas últimas duas décadas", disse Mote.

A nível local, o degelo acarreta também consequências, uma vez que a população local depende do gelo para caçar, pescar e circular. 

terça-feira, 18 de junho de 2019

Casa Sustentável de Papelão: Pronta em 24h e 100 anos de durabilidade.


Casa Sustentável de Papelão: Existe mesmo?

Sim, e o responsável por isso é o estúdio de design holandês Fiction Factory. Embora existam apenas 12 unidades fabricadas actualmente – todas na Europa – os responsáveis querem popularizar o conceito para o mundo inteiro.
Com durabilidade de 100 anos e garantia de 50, essa casa é três vezes mais sustentável que as populares de alvenaria, e tem um baixo custo, cerca de 25 mil euros. Além de móvel, ela é montada em blocos passo a passo e fica pronta em cerca de 24 horas. O tamanho é variável e ela ainda pode ser desmontada sem problemas.
Mas como ela pode durar tanto tempo sendo de papelão? Segundo os criadores, o segredo para a casa sustentável resistir a ventos e chuvas é uma supercola que une as diversas camadas do material, coberto posteriormente com madeiras ou outra opção mais resistente à escolha do proprietário.
E para quem pensa que o imóvel é desconfortável, está muito enganado: é possível fazer tudo dentro da casa, tarefas normais do dia a dia como tomar banho e descansar. 

Supermercado na Tailândia troca plástico por folha de bananeira




Um supermercado em Chiangmai, na Tailândia, está testando uma alternativa para evitar o uso excessivo de plástico que embalam frutas e legumes. A solução encontrada pela Rimping Supermarket foi utilizar um material resistente, que existe em abundância, totalmente orgânico e ainda muito bonito: a folha de bananeira.
Embrulhar com folhas de bananeira não é exatamente uma novidade para a cultura culinária de países tropicais, como na Ásia. A Índia usa folhas de bananeira para pratos de arroz durante séculos, enquanto as vizinhas China, Tailândia, Vietname e Malásia utilizaram o engenhoso truque para embrulhar alimentos durante o mesmo tempo. 
O Rimping Supermarket foi inteligente na sua escolha de usar especificamente as folhas de bananeira. As folhas são grossas, largas e flexíveis. Elas podem ser enrolados e dobradas facilmente, sem quebrar, e suportam também variações de temperaturas -, ideal para o corredor de produtos refrigerados. As folhas totalmente orgânicas são bastante fortes e embalam perfeitamente os produtos, que ainda levam um laço de fibra natural para fechar a embalagem.
As novas embalagens ecológicas do supermercado podem podem ajudar o sector a adoptar uma alternativa ao plástico que seja viável economicamente, e que ainda possa ser reproduzida em larga escala, principalmente em terras tropicais.

domingo, 16 de junho de 2019

Dinamarca será o primeiro país do mundo 100% orgânico até 2020


A Dinamarca caminha a passos largos para se tornar o primeiro país do mundo 100% orgânico.

O país nórdico está trabalhando intensivamente para substituir os alimentos cultivados com os métodos tradicionais por orgânicos e estimulando a demanda por produtos livres de agrotóxicos.
Uma dos objectivos é duplicar a produção de cultivos orgânicos antes de 2020, através de subsídios para os pequenos agricultores. 
Outra meta do governo é que 60% dos alimentos que são destinados a hospitais, escolas e restaurantes comunitários sejam orgânicos.
Pode parecer um plano audacioso, mas a Dinamarca trabalha há 25 anos para alcançar estes objetivos. Um exemplo disso é que a nível local é o país que mais tem criado projectos para que os municípios possam criar hortas em terrenos abandonados.

COP16: cimeira termina sem acordo sobre formas de financiamento

A conferência das Nações Unidas sobre biodiversidade (COP16) terminou, este sábado, em Cali, na Colômbia, sem que os países participantes ch...